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CPI da Pandemia retoma depoimento do ex-ministro Pazuello; assista

DA REDAÇÃO / MATO GROSSO MAIS
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CNN Brasil

A CPI votaria uma série de requerimentos na abertura da sessão, mas o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM), propôs que os pedidos sejam analisados na próxima semana, o que foi aprovado por unanimidade.

Resumo da CPI da Pandemia:

Ainda durante a fala de Marcos Rogério (DEM-RO), o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) pediu a palavra e disse que sua família era citada o tempo inteiro na CPI.

“Questão de ordem já que ele está falando da família… O nome de Carlos toda hora é trazido como se houvesse um conjunto de pessoas criminosas. Quero dar o nome de quem aconselha o presidente”, afirmou o filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

“Toda hora falam de família, já vi até ministro sendo acusado de dar conselho paralelo ao presidente da República. O nome é pastor Silas Malafaia, esse fala quase diariamente com o presidente e influencia o presidente”, completou.

Marcos Rogério afirmou, então, que apresentará um requerimento de convocação para que o pastor seja ouvido pela CPI.

Senador diz que governadores defenderam uso de cloroquina

Em seu tempo de questionamento ao ex-ministro da Saúde, o senador Marcos Rogério (DEM-RO) apresentou uma série de vídeos de 2020, nos primeiros meses da pandemia, em que governadores defendem o direito de médicos e pacientes optarem pelo uso da cloroquina no tratamento da Covid-19.

“[Falaram no vídeo] o governador do Maranhão, do Pará, do Piauí, da Bahia, do Ceará, Alagoas, e o de São Paulo (…) Fazendo um registro aqui de que não estou expondo os governadores para os condenar, porque acho que agiram com acerto”, disse o parlamentar.

App TrateCov teria sido hackeado

Questionado sobre o aplicativo TrateCov, que recomendava o uso de medicamentos como cloroquina e ivermectina, foi hackeado e, por isso, apresentava resultados diferentes do esperado. Ele disse ainda que a ideia original do Ministério da Saúde era oferecer uma ferramenta que auxiliasse os médicos a fazerem um diagnóstico mais rápido de casos de Covid-19.

“No dia 6 de janeiro a secretaria Mayra [Pinheiros], quando voltou de Manaus, trouxe a sugestão de fazermos uma plataforma, uma calculadora, que facilitasse o diagnóstico (…) Temos que separar o que foi feito, o resultado, com a ideia do projeto. A ideia era uma calculadora que facilite o diagnóstico”, disse o ex-ministro.

O ex-ministro afirmou que a ideia era, após os médicos colocarem sintomas observados no aplicativo – dando pesos para cada um deles – receber uma sugestão de diagnóstico. Ele disse, porém, que depois da apresentação o TrateCov foi hackeado e teve seus parâmetros alterados.

“Naquele dia [10 de janeiro] a plataforma foi hackeada, roubada por um cidadão, que foi descoberto. Ele alterou dados lá dentro e colocou na rede pública. Quem colocou foi ele, tem todo o Boletim de Ocorrência e vou disponibilizar aos senhores”, detalhou.

“Quando descobrimos que ele foi hackeado mandei tirar do ar imediatamente. O TrateCov, no fim das contas, nunca foi utilizado por médico algum. Ele foi retirado. Ele foi iniciado, apresentado ainda não concluso.”

Amazonas não acompanhou estoque de oxigênio, diz Pazuello

Sobre a crise no fornecimento de oxigênio aos hospitais do Amazonas, Pazuello disse considerar que os principais responsáveis neste caso são a empresa White Martins, principal fornecedora do estado, e a secretaria de Saúde, que não acompanhou os estoques do insumo.

“Fica claro para mim que a preocupação com o acompanhamento do oxigênio não era um foco da secretaria de saúde do estado do Amazonas, isso lá em dezembro. Ficou focada em outras coisas… No plano de contingência apresentado para nós não havia nenhuma medida sobre oxigênio”, disse Pazuello.

“Então, a empresa White Martins – que é a grande fornecedora – já vinha consumindo a sua reserva estratégica e não fez essa posição de uma forma clara desde o início. Começa aí a primeira posição de responsabilidade. O contraponto é o acompanhamento da secretaria de Saúde, que não fez”, completou.

Ex-ministro diz que não circulou em shopping sem máscara

O primeiro senador a questionar o ex-titular da Saúde nesta quinta-feira é Eduardo Braga (MDB-AM). Ele iniciou a oitiva perguntando se Pazuello era a favor do uso de máscara, do uso de álcool em gel e do distanciamento social.

Diante da resposta afirmativa do ex-ministro, Braga pediu, então, que Pazuello explicasse o episódio em que foi visto se máscara em um shopping de Manaus e questionou se ele desejava se desculpar pelo episódio.

“Fui levar minha filha ao shopping. Claro que fui com máscara para o shopping. Quando desci do carro, a máscara ficou no chão, pisada, inutilizada. Minha filha já entrou no shopping e eu parei na porta e conversei com a moça que tira a temperatura”, disse o ex-ministro.

Ele disse ter explicado porque estava sem o equipamento e questionado se poderia comprar outro na entrada do estabelecimento. “Ela disse que eu podia compra no quiosque em frente, 8 metros de onde estava a entrada. Daquele momento, eu comprei a máscara e só então entrei na área comum do shopping”, afirmou o general.

“Acredito que causou isso tudo é a compreensão de que hoje eu sou uma pessoa conhecida, virei um homem público e, naqueles 8 metros de entrada, fui muito mal interpretado. Peço desculpas por isso.”

Pazuello volta a dizer que não passou mal

Em outra questão de ordem, o senador Otto Alencar (PSD-BA) afirmou que nunca partiu dele a afirmação de que o ex-ministro teria passado mal.

“Ontem [quarta-feira] a minha preocupação foi recuperar Pazuello da quase síncope que ele teve. Queria esclarecer porque as pessoas falaram coisas divergentes. Só tive uma intenção porque é um instinto de médico”, disse o senador.

Pazuello agradeceu o apoio de Alencar nessa questão e dise que o episódio foi “aumentado”.

“Sim, as coisas vão se transformando… falaram que a sessão foi suspensa porque passei mal. A mídia que colocou isso e não tem nada a ver uma coisa com a outra. O senhor foi atencioso, quero agradecer pessoalmente. As coisas vão sendo aumentadas.”

Senador diz que assessora parlamentar vazou documentos da CPI

Em questão de ordem antes do início da sessão, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) afirmou que uma assessora parlamentar vazou documentos internos da comissão e pediu que o caso seja investigado pela Polícia Federal.

“Desde o dia 18 de maio foram registrados alguns documentos dessa CPI saindo já, sendo vazados na imprensa. Inclusive, nós já identificamos – eu peço reservas em relação ao nome, para não expor a pessoa –, foi uma assessora parlamentar que estava aqui”, afirmou o parlamentar.

“Queria pedir apuração da Polícia Federal em relação a isso porque documento é algo muito sério”, completou.

Girão disse que encaminharia ao presidente da CPI as informações sobre o caso e o pedido oficial de encaminhamento da investigação.

Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, fala à CPI da Pandemia
Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, fala à CPI da Pandemia pelo segundo dia
Foto: CNN Brasil (20.mai.2021)

Primeiro dia de depoimento

Depois de mais de sete horas de questionamentos na quarta-feira, a reunião foi suspensa devido às votações no Plenário do Senado. De acordo com o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), 24 senadores ainda estão inscritos para fazer perguntas ao ex-ministro.

Na avaliação do presidente da CPI, Pazuello se esquivou de algumas perguntas, mas terá mais cinco ou seis horas na frente dos senadores. Omar opinou não ver necessidade de quebrar os sigilos do ex-ministro, como pedido pelo vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Randolfe e o relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmaram que Pazuello mentiu várias vezes aos senadores, além de omitir informações.

Para Randolfe, as contradições do depoimento mostram que Pazuello terá de ser acareado com outros depoentes da CPI. Para Renan, Pazuello estava “fingindo responder” e negou as próprias declarações que fez anteriormente.

Com a continuidade do depoimento de Pazuello, a oitiva com Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, antes prevista para esta quinta, foi adiada para a terça-feira (25).

Votação de requerimentos adiada

Entre os 27 pedidos na pauta estavam a convocação do empresário Carlos Wizard, apontado como integrante de um suposto conselho paralelo de saúde, além de executivos da empresa White Martins, que fornece oxigênio para hospitais.

O requerimento para Wizard, de autoria do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), é o único de convocação na pauta. Os outros pedidos de oitiva estão na forma de convite.

Os senadores também  devem votar na quarta-feira (26) requerimentos de convite a especialistas em saúde e medicina e nove requerimentos de informações.

Além dos requerimentos que estão na pauta de quinta-feira, vários outros já foram apresentados por senadores – até agora, incluindo os que já foram votados, são 621. Entre eles estão pedidos de quebra de sigilo bancário, fiscal e de comunicações de Pazuello.

(Com informações da Agência Senado e CNN Brasil)

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ÚLTIMA ATUALIZAÇÃO

  • 20 de maio de 2021 às 20:47:23