CNN BRASIL
[email protected]
A CPI da Pandemia recebe, nesta quarta-feira (6), o diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Paulo Roberto Rebello Filho, para tratar sobre o que o órgão faz ou irá fazer a respeito de denúncias envolvendo a operadora de saúde Prevent Senior.
Em um dossiê enviado para a comissão, ex-médicos empregados em hospitais da operadora denunciaram pressão exercida para a prescrição indiscriminada de medicamentos do “kit covid”, como cloroquina, azitromicina e ivermectina.
A empresa ainda teria assediado pacientes para aceitarem o tratamento precoce e não informado a prescrição deles.
À comissão, o diretor-executivo da Prevent Senior Paulo Batista Júnior afirmou que a empresa determinava a alteração do código CID (de registro de diagnóstico) do paciente com Covid-19 após 14 dias.
A repercussão dos fatos revelados foi grande: na sexta-feira (1º), a ANS emitiu uma nota afirmando que está fazendo uma “apuração rigorosa e cuidadosa” sobre as acusações que envolvem a operadora de saúde.
Além disso, o Ministério Público Estadual de São Paulo (MP-SP) criou uma força-tarefa para investigar as denúncias recebidas, e a Prefeitura de São Paulo averiguou que, na capital paulista, sete hospitais da rede funcionavam sem o alvará regulamentado.
A Câmara dos Vereadores de São Paulo também aprovou a implementação de uma CPI da Prevent Senior, que deve ser instalada em breve.
Fim da linha para a CPI
O depoimento do diretor da ANS é o penúltimo previsto para a comissão que se propôs a investigar omissões do governo federal no enfrentamento à Covid-19, mas que adentrou também outros núcleos de investigação – como o caso Covaxin e as próprias denúncias sobre a Prevent Senior.
Na sexta-feira (8), segundo o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), médicos e pacientes que trabalhavam ou foram atendidos em unidades da operadora de saúde devem prestar depoimento no Senado.
Após isso, a CPI reúne-se na próxima semana para consolidar o relatório final, que deverá ser apresentado no dia 19 de outubro. A votação do relatório deve acontecer em 20 de outubro.