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Ciro Gomes (PDT) afirmou nesta terça-feira (16), que sua presença na posse do ministro Alexandre de Moraes, como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é um sinal de “civilidade e respeito às instituições brasileiras”, apesar de se considerar crítico da “operação das instituições brasileiras”.
“Acho, por exemplo, uma impertinência que a Justiça Eleitoral tenha convocado as Forças Armadas para se intrometer no assunto eleitoral. Considero que a Justiça brasileira é elitista, é lenta, mas é a última palavra”, disse.
Em seu primeiro dia oficial de campanha, Ciro Gomes visitou Guaianases, na zona Leste de São Paulo, onde permaneceu por cerca de meia hora. Durante a caminhada, o candidato cumprimentou apoiadores e pediu votos.
A partir desta terça-feira (16), candidatos estão autorizados a fazer propaganda eleitoral. Isso significa que eles podem, por exemplo, utilizar carros de som, distribuir santinhos e veicular propaganda eleitoral na internet.
Em entrevista à imprensa, o candidato do PDT criticou o presidente Jair Bolsonaro (PL) e disse que o estado democrático de direito pressupõe respeito. “O estado de direito democrático a gente pode e deve criticar a qualidade das instituições, mas respeitando a existência, se não é a selva. E a selva é a lei do mais forte e da violência, que é o que o Bolsonaro gostaria de fazer e impor no Brasil”.
O ex-governador do Ceará explicou que sua decisão de comparecer à solenidade acontece em meio a dúvidas colocadas sobre a democracia brasileira. “O Brasil está vivendo um momento em plena segunda década do século XVI que nós temos a democracia em xeque. As urnas eletrônicas sob xeque. A confiabilidade das nossas eleições foi posta em vexame, em vergonha internacional, quando o Bolsonaro reúne 50 embaixadores de potências estrangeiras para falar mal das nossas instituições. Portanto para nós democratas é importante fazer esse gesto”, disse.
Programa Renda Mínima
Durante a visita, Ciro Gomes detalhou seu programa de renda mínima. O projeto, batizado em homenagem ao vereador Eduardo Suplicy (PT), que defende a renda básica universal, prevê o pagamento de em média R$ 1 mil reais para todas as famílias abaixo da linha da pobreza.
“Vamos supor que você ganha um salário mínimo e é só um em casa, então você não precisa desse auxílio, desse programa de renda mínima Eduardo Suplicy, mas, se você for uma mãe que ganha um salário mínimo e tiver três filhos, o seu salário mínimo dividido por quatro fica abaixo dos R$ 417, então, até completar mil reais por todos esse domicílio será complementado”, explicou o candidato.
O projeto englobará pagamentos feitos por programas como o Auxílio Brasil, seguro-desemprego, aposentadoria rural, vale gás e o BPC (Benefício de Prestação Continuada). Parte do financiamento também viria da taxação, entre 0,5% e 1,5%, de fortunas acima de R$ 20 milhões.
De acordo com o candidato, seu programa de distribuição de renda deve custar cerca de R$ 172 bilhões, o que equivale a cerca de 6-6,5% do PIB.
A ideia é que o programa de renda mínima seja uma das três pernas do novo modelo previdenciário que o candidato pretende propor e livre de qualquer partido. “Nenhum brasileiro precisará homenagear partido político nenhum, pode entrar partido A, partido B, pode ser véspera de eleição, não véspera de eleição, o benefício estará garantido pela Constituição Federal”, disse.