A recente escolha do governo escocês para quem vai estar à frente de um projeto sobre dignidade menstrual gerou controvérsia no país. Jason Grant, um homem cis, que não é um profissional de saúde, foi escolhido para dar palestras para mães e meninas sobre menstruação, o que levantou o debate por aqueles que acreditam que o cargo deveria ser ocupado por uma mulher.
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Críticos da decisão consideraram o ato mansplaining, termo em inglês sobre a prática de homens de tentarem explicar assuntos para mulheres que elas já dominam, muitas vezes menosprezando o intelecto feminino. Entre os que se manifestaram, a famosa ex-campeã de Wimbledon, Martina Navratilova, declarou que a escolha era ridícula, enquanto a jornalista Susan Dalgety questionou em como essa decisão poderia ser vista como uma boa ideia.
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“Nós (mulheres) já tentamos explicar aos homens como se barbear ou como cuidar da próstata ou qualquer outra coisa? Isso é um absurdo”, disse Navratilova.
“Não tenho ideia de como alguém achou ser uma boa ideia nomear um cara”, questiona Dalgety.
Entretanto, Jason Grant defendeu em um anúncio oficial, que um homem assumir o cargo como porta-voz do projeto ajudará a quebrar bairreiras e a criar uma discussão mais aberta sobre o tema.
“Acho que ser homem me ajudará a quebrar barreiras, reduzir o estigma e incentivar discussões mais abertas. Apesar de afetar as mulheres diretamente, os períodos menstruais são um problema para todos”, declarou Grant.
No entanto, para ativistas da causa feminista, além de Grant não ter o conhecimento teórico sobre o período menstrual, ele também não tem a vivência desse momento. Além disso, muitas também afirmam ser importante as mulheres estarem à frente de suas narrativas.
“Além da sátira, Jason chega ao papel com formação e experiência variadas, exceto a experiência de ter menstruado. É impossível desestigmatizar a menstruação ignorando o conhecimento das mulheres sobre nossos próprios corpos”, afirma a ativista escocesa Claire Heuchan.
Fonte: IG Mulher