Para além ter representatividade feminina no audiovisual, a maneira como as mulheres são representadas também é muito importante, pois a simples presença de mulheres em filmes, novelas ou series não é o suficiente, se essas personagens femininas apenas reproduzirem esteriótipos machistas.
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Em 2015, a atriz Reese Witherspoon, conhecida por trabalhos como “Legalmente loira” e “E se fosse verdade”, ao ser premiada no Glamour Women of the Year Awards, discursou sobre a falta da presença feminina na roteirização e direção de filmes em Hollywod e como isso afeta negativamente a criação de personagens mulheres.
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“‘O que vamos fazer agora?’, eu odeio ler um script que não tem mulheres envolvidas, porque inevitavelmente chega naquela parte em que a garota vira para o cara e diz ‘o que vamos fazer agora?’, você conhece alguma mulher em alguma situação de crise que não tem ideia do que fazer?”, questionou Witherspoon em seu discurso.
Para falar um pouco mais sobre esse assunto, o IG Delas conversou com a atriz, roteirista e produtora Dani Di Donato. Premiada no importante festival francês de Cannes e com uma carreira artística de mais de 15 anos, ela relata as raras vezes em que teve a oportunidade de trabalhar com roteiristas e diretoras mulheres.
“Não é apenas importante nós mulheres estarmos lá, mas também como nos somos representadas nesses espaços. Eu acredito que a arte é um espelho da vida, ele é uma ferramente para nós escutarmos o que está acontecendo na nossa sociedade e de transforma-lá”, diz a roteirista.
Donato aponta como o machismo no meio artístico, especialmente quando se trata de roteiristas e diretoras, acaba por boicotar e encobrir grandes talentos femininos, deixando de trazer novos olhares para as histórias contadas.
“A sala de roteiro é um lugar majoritariamente masculino, mesmo quando os projetos são encabeçados por mulheres e é uma pena porque tem muita mulher competente no mercado, as pessoas não deveriam ser limitadas pelo gênero”, fala a atriz.
Além da falta de novos olhares, a profissional também argumenta sobre a importância do lugar de fala, de ter pessoas que têm propriedade para escrever sobre determinados personagens, permitindo uma representação fiel e sensível sobre eles.
“Usamos muito o termo ‘lugar de fala’ atualmente e é exatamente isso, ter pessoas com vivência para uma representação o mais fiel possível nas narrativas, com um olhar diferente para a figura da mulher, trazendo pessoas diversas para frente dos projetos” , defende Donato.
Fonte: IG Mulher