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Liz Truss foi eleita a primeira-ministra do Reino Unido nesta segunda-feira (5), se tornando a terceira mulher a ocupar o cargo. A conservadora foi eleita com quase 57,4% dos votos em uma votação interna do partido.
Seu concorrente, Rishi Sunak, recebeu 43% dos votos. Em seu primeiro discurso, Truss disse que tomará medidas ousadas e agradeceu Boris Johnson, que renunciou ao cargo.
“Tomarei medidas ousadas para todos nós passarmos por esses tempos difíceis, aumentar nossa economia e liberar o potencial do Reino Unido”, disse Truss.
Truss prometeu um “plano ousado” para cortar impostos e disse que abordará a elevação dos preços da energia que está causando uma crise de custo de vida no país.
Mas ela não deu detalhes sobre o que os planos envolverão. Ao longo de sua campanha, seus críticos, incluindo o oponente Rishi Sunak, a pressionaram a detalhar seus próximos passos, com as famílias enfrentando outro aumento nos custos no próximo mês.
Truss começou seu discurso de vitória parabenizando seu oponente, Rishi Sunak, que chegou mais perto do que muitos esperavam na votação final.
Ela então prestou uma homenagem calorosa a Boris Johnson, que ela substituirá como primeiro-ministro na terça-feira (6), depois que meses de escândalos o forçaram a renunciar.
“Boris: você conseguiu o Brexit, esmagou Jeremy Corbyn, lançou a vacina e enfrentou Vladimir Putin”, disse Truss. “Você é admirado de Kiev a Carlisle”.
Conheça Liz Truss
Natural de Oxford, no sudeste da Inglaterra, Elizabeth Truss, mais conhecida como Liz Truss, é formada em filosofia, política e economia, Merton College, que faz parte da Universidade de Oxford.
Entrou para o Parlamento Britânico em 2010, onde foi nomeada subsecretária de Estado Parlamentar para Educação e Assistência Infantil em setembro de 2012. Posteriormente atuou como Secretária de Estado para Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais entre 2014 e 2016.
Depois assumiu como secretária de Justiça até 2017. E como secretária-chefe do Tesouro até 2019. Assumiu o Ministério para Mulheres e Igualdades no mesmo ano, ficando até setembro do ano passado, quando foi nomeada secretária de Relações Exteriores.
A pioneira no cargo foi Margaret Thatcher, conhecida como a “dama de ferro”. Exercendo a função entre 1979 e 1990, foi a líder que por mais tempo permaneceu no poder durante o século 20.
Thatcher se formou em química no Somerville College, da Universidade de Oxford. Em 1959 foi eleita deputada representando o distrito de Finchley. Em 1970, se tornou secretária de Educação.
Em 1975, venceu Edward Heath e conquistou a liderança do Partido Conservador. Em 1979, a legenda venceu as eleições, com Thatcher se tornando a nova primeira-ministra, no lugar de James Callaghan.
Margaret Thatcher, primeira-ministra britânica entre os anos de 1979 e 1990 / Bettmann Archive
O início de seu governo não foi fácil. O desemprego era muito grande, mas consequentemente a economia demonstrou melhoras. Sua aprovação aumentou durante a Guerra das Malvinas, contra a Argentina, em 1982.
Os conservadores voltariam a vencer as eleições em 1983, contra uma oposição dividida. A administração de Thatcher seguiu um programa radical de privatização e desregulamentação de serviços, reforma dos sindicatos, redução de impostos e novos mecanismos para saúde e educação.
Sendo uma das maiores lideranças do mundo à época, criou uma famosa amizade com o presidente dos Estados Unidos Ronald Regan e ganhou elogios do último líder da União Soviética, Mikhail Gorbachev, morto recentemente.
Um dos grandes problemas de seu governo foi sua relação com a Europa, que levou a demissão de seu secretário de Relações Exteriores, Geoffrey Howe, em 1990. Seu discurso de saída trouxe elementos que levaram a queda de Thatcher no mesmo ano.
A “Dama de Ferro” deixou o parlamento em 1992. No mesmo ano foi nomeada para a Câmara dos Lordes e recebeu o título de Baronesa Thatcher de Kesteven. Thatcher morreu em 2013, após sofrer um derrame, aos 87 anos.
Theresa May
Theresa May, primeira-ministra britânica entre 2016 e 2019 / Photo by Leon Neal/Getty Images
A segunda mulher a ocupar a posição de primeira-ministra foi a conservadora Theresa May, tendo cumprido seu mandato entre 2016 e 2019.
May se formou em geografia no St Hugh’s College, na Universidade de Oxford. Foi eleita para o parlamento em 1997. Ocupou o cargo de secretária de Educação e Emprego, entre 1999 a 2001; e de secretária de Transportes, Governo Local e Regiões, de 2001 a 2002.
Ainda foi secretária da Família, de 2004 a 2005; secretária da Cultura, Mídia e Esporte, em 2005; líder da Câmara dos Comuns, de 2005 a 2009; e subsecretária parlamentar da Mulher e da Igualdade, em 2010 a 2012. De 2010 a 2016 esteve como secretária do Interior.
No último cargo, acusou a Federação de Polícia – a associação que representa os policiais de base no Reino Unido – de “choramingar” por causa dos cortes orçamentários. Ela presidiu uma política de criação de um “ambiente hostil” para imigrantes ilegais.
Também enfrentou a União Europeia em questões que vão desde a imigração até a deportação de terroristas de alto nível.
Sua renúncia aconteceu em 2019 devido a problemas durante o processo do Brexit, que retirou o Reino Unido da UE.
“Este é um país de aspiração e oportunidade. Espero que cada jovem que tenha visto uma mulher como primeira-ministra agora, saiba com certeza que não há limites para o que elas podem alcançar”, afirmou May durante seu discurso de renúncia.
(*Com informações de Rob Picheta, Luke McGee, Ed Upright e Aditi Sangal, da CNN)