O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu, neste sábado (10), que investigadores entrem na casa do presidente Jair Bolsonaro (PL) “para ele explicar as casas que ele comprou em dinheiro vivo”. O petista defendeu a ação através das redes sociais e afirmou também que vai acabar com “os sigilos de 100 anos do Bolsonaro”.
“Nós vamos acabar com os sigilos de 100 anos do Bolsonaro. Toda a minha família, quando foi denunciada, foi investigada. Foram na casa dos meus filhos e não acharam nada. Têm que ir na casa do Bolsonaro para ele explicar as casas que ele comprou em dinheiro vivo”, disse Lula.
Recentemente foi noticiado que a família Bolsonaro adquiriu 107 imóveis nos últimos anos, e 51 deles foi pago com dinheiro vivo. Foram R$ 25 milhões dados em espécie pela família do presidente.
Sobre os sigilos do mandatário, Lula já afirmou em comícios e no primeiro debate entre os presidentes que, se for eleito, uma das primeiras ações que fará é quebrar os 100 anos de sigilo do atual presidente.
Em entrevista a um podcast, Bolsonaro comentou sobre o decreto e disse:
“Não é um decreto ditatorial meu. A lei me garante isso. O que a imprensa começou a perturbar: eu tenho a minha agenda que é pública lá no Palácio da Presidência. Se for me visitar, está lá. Aí começaram a querer ter acesso a quem ia me visitar no Palácio da Alvorada. E de acordo com as pessoas que me visitam no Alvorada, a imprensa faz uma matéria sobre aquilo. Quem eu recebo na minha casa, eu não devo satisfação a ninguém”, declarou o presidente da República.
Polícia Federal fez buscas nas casas de familiares de Lula
Durante a operação Zelotes, em 2015, a PF realizou um mandado de busca e apreensão em endereços de Luís Cláudio Lula da Silva, um dos cinco filhos do petista.
Em 2016, durante a Lava Jato, a casa de Lula foi alvo de um mandado de busca e apreensão por suspeita de que ele havia ganhado um apartamento triplex e um sítio em Atibaia, interior de São Paulo.
Em 2017, Marcos Lula da Silva, o filho mais velho do ex-presidente, sofreu busca da Polícia Civil por suspeita de porte de drogas.
Declarações de Bolsonaro sobre compras em dinheiro vivo
Questionado sobre o assunto por jornalistas em 30 de agosto, o presidente disse que não via problema em fazer compras em espécie. “Qual o problema de comprar com dinheiro vivo?”.
Em 6 de setembro, Bolsonaro afirmou à rádio Jovem Pan que o UOL, portal que descobriu sobre os imóveis, errou ao associar a expressão dos cartórios “moeda corrente” as notas físicas: “Comprar imóveis em moeda corrente não é dinheiro vivo”, disse o chefe do Executivo.
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Fonte: IG Política