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2022 tem recorde de mulheres nas eleições, mas o que isso significa?

Dados do Tribunal Superior Eleitoral demonstram uma maior participação feminina na politica.
Layla Oliveira

Dados do Tribunal Superior Eleitoral demonstram uma maior participação feminina na politica.

2022 bate o recorde de candidaturas de mulheres nas eleições, desde 2014. Apesar de ainda ser uma presença minoritária, as mulheres estão se tornando cada vez uma opção de voto nas urnas. Em comparação com os dados do Tribunal Superior Eleitoral, houve um crescimento de 60,6% da presença feminina desde 2010 e 2014. Agora as mulheres são 33% do total de candidatos às eleições deste ano. 

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Para a advogada Mayra Martins Cardozo, embora ainda exista um longo caminho para atingir a plena igualdade de gênero nas eleições, os números revelados demonstram um progresso animador. 

“Mesmo que ainda seja em número pequeno, ainda é um progresso, que deve ser comemorado. Ter mulheres participando das eleições é a maneira mais efetiva de romper a lógica patriarcal de que o lugar da mulher é dentro de casa. É sempre revolucionário ter mulheres participando dos espaços e dos debates públicos” diz a profissional. 

Não apenas candidatadas, mas as mulheres também passaram a ser mais votadas. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral, as mulheres passaram a representar 12,2% das prefeituras no país, o que é um avanço comparado com o ano de 2016, em que 11,54% das prefeituras tiveram mulheres eleitas como suas lideranças. 

A advogada Cardozo também argumenta que esses números representam muito dos desafios que as mulheres ainda enfrentam no ambiente político. Pois as mulheres que decidem por revindicar espaços de poder, acabam por ter que lidar com duras retaliações e momentos de violência. 

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“Ainda é difícil para as mulheres ocuparem postos de poder de forma justa, porque ainda vivemos em uma lógica patriarcal, em que o poder é concedido apenas à figura masculina. Mulheres que  tentam atravessar essas barreiras de opressão e ocupar espaços, acabam por sofrer atacadas e violentadas, por isso os números ainda são tão baixos”, explica a advogada. 

Recentemente, a jornalista Vera Magalhães recebeu ofensas, por parte do Deputado Douglas Garcia, durante o debate da TV Cultura, realizado na noite de terça-feira (13). Embora  Vera Magalhães não esteja concorrendo a nenhum cargo na política, apenas por estar inserida em um cotexto político, como jornalista, já foi o suficiente para receber ofensas, que questionavam a sua integridade como profissional. 

“Não é à toa o que acontece com a Vera Magalhães, como jornalista, ao tentar participar de um debate político e fazer questionamentos, ela sofre humilhações. Essa é a realidade da violência de gênero na política, ‘Você não pode falar aqui, porque este não é o seu espaço’. Essa é uma das bairreiras que as mulheres têm que enfrentar dentro do ambiente político”, fala Cardozo.

Além da desigualdade de gênero, mulheres que vivenciam mais de uma opressão tem ainda mais desafios para enfrentar. Dentro do recorte de mulheres, as que acabam conseguindo mais espaço são as brancas, hétero e cisgenero. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, do total de mulheres que irão concorrer as eleições deste ano, somente 18,13% das candidatas se autodeclaram pretas e 0,88% se autodeclaram indígenas.

Fonte: IG Mulher

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