Numa Black Friday que acontece este ano pela primeira vez simultaneamente à realização de uma Copa do Mundo, a expectativa é que um número maior de brasileiros deverá ir às compras este ano, mesmo com o orçamento comprometido. Na prática, buscam fazer as melhores escolhas com menos dinheiro.
Este é o resultado de uma pesquisa encomendada pelo Google ao Instituto Ipsos, que mostrou que 71% dos entrevistados pretendem ir à compras e estão dispotos a gastar mais. É uma alta de 16 pontos percentuais em relação ao ano passado, quando o percentual ficou em 55%.
Nos últimos dois anos, a Black Friday foi afetada pela pandemia, já que as medidas de distanciamento social restringiram as compras em lojas físicas. O consumidor continua digitalizado, mas compra por diferentes canais. Pelo menos 72% dos que responderam à pesquisa disseram que, nos últimos seis meses, compraram tanto pelo e-commerce como em lojas físicas.
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Além disso, a Copa acaba potencializando o consumo de itens como alimentos, bebidas, tevês e roupas esportivas.
Segundo o levantamento, uma das razões para este aumento da intenção de compras na Black Friday é o crescimento expressivo da confiança na classe C – 68% dizem que pretendem comprar. A intenção de compra entre essas pessoas aumentou 32% este ano em relação ao ano passado.
Cerca de sete pessoas em cada dez, na classe C, declarou que pretende comprar pelo menos um item, especialmente alimentos e e eletroportáteis. Já entre as classes A e B o aumento da confiança foi de 23%.
“A Black Friday recebe o consumidor com o bolso mais apertado e reaprendendo a conviver com a inflação. Mas é um brasileiro mais consciente, que faz melhores escolhas em momento econômico desafiador. É procurar o mais barato sem deixar de lado a qualidade”, diz Gleidys Salvanha, diretora de Negócios para o segmento de Varejo do Google Brasil.
Interesse em roupas e acessórios
A pesquisa foi apresentada durante o evento Black Friday Connections Store realizando nesta quinta-feira, em São Paulo. O levantamento mostrou ainda que, em média, os consumidores pretendem comprar produtos de cinco categorias este ano. Em 2021, a média era de 4,2 categorias por pessoa.
Roupas e acessórios aparecem em primeiro lugar (47%), seguidos por livros e itens de papelaria (43%) , antecipando compras de material escolar. Depois, aparecem calçados (38%), celulares (36%) e eletroportáteis (33%), o que sinaliza que os entrevistados querem equipar a casa para a Copa do Mundo e Natal.
Pelo menos 88% dos entrevistados responderam que acreditam que sua capacidade financeira vai melhorar até o final do ano ou deve continuar igual. Os outros 11% restantes avaliam que a sua situação financeira deverá piorar. E 89% (quase nove em cada dez brasileiros) disseram que pretendem comprar algo para si mesmos nesta Black Friday.
Em setembro, o índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getúlio Vargas também mostrou elevação da confiança do consumidor. O ICC avançou 5,4 pontos percentuais, no período, alcançando 89 pontos, maior nível desde janeiro de 2020. A pesquisa da FGV apontou a melhora do otimismo das pessoas que são reflexo da queda da inflação e recuperação do mercado de trabalho.
A pesquisa entrevistou 1.000 pessoas, em agosto, através de um painel on line, incluindo representantes das classes C, B e A residentes em todo o país.
Fonte: IG ECONOMIA