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Brasil deve crescer 2,5% neste ano e 0,8% em 2023, diz Banco Mundial

Banco Mundial prevê crescimento do Brasil em 2,5% em 2022
Sophia Bernardes

Banco Mundial prevê crescimento do Brasil em 2,5% em 2022

O Banco Mundial estima um crescimento do PIB de 2,5% neste ano, de 0,8% em 2023 e de 1,8% em 2024, de acordo com o relatório “Novas abordagens para resolver o déficit fiscal” publicado pela instituição nesta terça-feira.

William Maloney, economista-chefe para a América Latina e Caribe do Banco Mundial, destaca que o resultado deste ano será devido a uma recuperação ainda dos efeitos da pandemia e preços mais altos de commodities, com desaceleração em 2023.

“A desaceleração das taxas de crescimento dos países do G7 (grupo com os países mais ricos do mundo) e da China, que é o principal parceiro comercial do país, a diminuição dos preços de commodities e a alta dos juros nos Estados Unidos vai afetar toda a região e também o Brasil”, disse Maloney.

A projeção do Banco Mundial para 2022 está em linha com o crescimento esperado pelo mercado, pelo Banco Central (BC) e pelo Ministério da Economia, de 2,7%.

Já a expectativa para 2023 é um pouco mais otimista do que a do mercado, que vê crescimento de 0,53% no período e abaixo da projeção do BC, de 1%, e do Ministério da Economia, que prevê crescimento de 2,5% no próximo ano.

Crescimento na região

O relatório aponta que as previsões de crescimento para a América Latina e os países do Caribe estão sendo revistas para cima nos últimos meses, mas há perspectiva de períodos difíceis no futuro próximo. A projeção de crescimento para a região é de 3% em 2022 e 1,6% no ano seguinte.

A avaliação é que a esperada queda nos preços das commodities em 2023 em conjunto com os juros mais altos nos Estados Unidos, a incerteza política em alguns países e os desdobramentos da guerra entre Ucrânia e Rússia devem afetar a atividade econômica.

“Essas taxas de crescimento são baixas e insuficientes para realmente reduzir a pobreza ou influir na prosperidade. Elas também são aproximadamente as mesmas da década anterior à pandemia. Elas, portanto, sugerem – se não uma armadilha de crescimento – pelo menos a continuidade de um desempenho medíocre”, aponta o relatório.

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Apesar de avaliar que as taxas de crescimento terão “desempenho medíocre”, o Banco Mundial espera que elas sejam “resilientes” frente aos desafios da economia global.

Segundo o relatório, uma posição mais forte de reservas internacionais e temores não concretizados sobre crescimento da inadimplência contribuem para esse entendimento, apesar de ressaltar que medidas devem ser tomadas.

“Os governos também terão que simplificar os mecanismos de resolução de dívidas, que atualmente são difíceis de controlar, e monitorar a solidez sistêmica”, diz.

Fiscal

O relatório aponta que os países da região precisam encontrar soluções para colocar a dívida em uma “base sustentável” e gerar espaço fiscal para financiar investimentos físicos e sociais. Para Maloney, o caso brasileiro não é tão diferente dos outros países da América Latina.

“A situação fiscal de modo geral não é especialmente difícil pelos padrões regionais. Assim como outros países da região, temos que ficar de olho no impacto das taxas de juros em elevação no pagamento do serviço da dívida”, disse o economista-chefe.

Segundo o Banco Mundial, o corte de investimento público é uma solução “rápida e popular”, mas tem consequências nocivas a longo prazo também porque a região já tem níveis “extremamente baixos” de investimento público. A decisão de deixar a inflação corroer o poder de compra de pessoas que dependem da previdência e de benefícios sociais também não é uma boa saída porque afeta uma população aposentada e “relativamente vulnerável”.

A avaliação é que a melhor saída é ajustar a tributação sobre rendimentos e tornar os impostos mais progressivos, além de melhorar a eficiência do gasto.

“Em cerca de metade dos países da região, eliminar essas ineficiências mais do que compensaria os déficits fiscais atuais e, nos demais, seria um grande passo na direção certa. Além disso, as estimativas mostram que esse gasto ineficiente praticamente não tem impacto de estimular a renda e, portanto, cortá-lo traria poucos efeitos negativos”, diz o relatório.


Fonte: IG ECONOMIA

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