MAX RUSSI
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Quinze anos separam a proclamação do Dia Mundial da Justiça Social dos dias de hoje. Nesse período muita coisa mudou, mas muitas outras continuam iguais ou, até mesmo, piores na vida da população mais pobre. Não confundamos essa ação da ONU com o surgimento do conceito, algo que remete ao século XIX nas lutas sociais e embasados nos lemas de Igualdade, Liberdade e Fraternidade da Revolução Francesa, que veio a se tornar o lema universal das causas humanas. A própria Constituição Federal de 1988 é afirmativa quanto ao nosso país ser um Estado Democrático de Direito, este último termo, direito, vinculando diretamente à Justiça Social como basilar para todo cidadão.
Mas, então, por que ainda travamos batalhas duras para promover condições mais igualitárias de vida, acesso a oportunidades e valorização de cultura subjugadas pelo modelo globalizado? Por um instante pode parecer um questionamento “comunista” de enfrentamento ao sistema posto em nossas vidas, mas não é, explico. Vivemos numa nação em que, segundo estudo da FGV em 2021, quase 30% da população tem renda per capita inferior a 500 reais mensais, o que de forma bem clara se traduz pela ausência de condições adequadas de vida. Se 70 milhões de pessoas não têm o mínimo para viver, é obrigação do Estado fazer algo a respeito de forma urgente, tudo isso passa por aplicar os princípios de justiça social e garantir as liberdades fundamentais, forçar um sistema que fomente a igualdade de oportunidade e modele políticas públicas, tributárias e assistencialistas para puxar quem está no fundo do poço em direção à luz. Sim, o estado tem que ser desigual para alavancar a redução da desigualdade.
Chego ao terceiro mandato como parlamentar estadual com o título de ser o deputado do social, o qual me sinto extremamente honrado. Mas diante do amadurecimento pessoal e parlamentar, vejo que temos que avançar, dar o próximo passo e ser o portador da mensagem da Justiça Social, ampliando e fortalecendo as políticas que fazem a diferença para os que mais precisam. Com o Pró-Família, programa de minha autoria, e o Ser-Família, um aprimoramento que contou com a liderança da nossa primeira-dama, Virginia Mendes, estendemos a mão a mais de cem mil famílias. O próximo passo é garantir acesso a oportunidades, sou defensor dos programas de qualificação profissional que são a semente para a independência financeira da população vulnerável. Que a data de 20 de fevereiro possa ser um marco para a propagação da boa nova social, que nossas instituições e, principalmente, aqueles que estão em posição mais favorecida tenham a visão de que o mais fraco se fortalecer não significa o mais forte se enfraquecer, juntos sempre podemos mais.
Por Max Russi
Deputado estadual e primeiro-secretário da ALMT