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A Amazônia Legal teve 356 km² de área sob alerta de desmatamento em março, aponta o sistema Deter, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O número é o terceiro maior para o mês desde o começo da série histórica em 2016. A área é um pouco maior do que cidade de Belo Horizonte (MG).
O Amazonas foi o estado que mais desmatou, com 127 km². O Pará vem em seguida, com 83 km², e Mato Grosso com 80 km².
A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro e engloba a área de 8 estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão.
O Deter produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²), tanto para áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação florestal (exploração de madeira, mineração, queimadas e outras).
O Deter não é o dado oficial de desmatamento, mas alerta sobre onde o problema está acontecendo. O Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes) é considerado o sistema mais preciso para medir as taxas anuais.
Desmatamento em 2023
Em janeiro, o desmatamento na Amazônia caiu 61%. Já fevereiro registrou a maior marca para o mês em toda a série histórica, com um total de 322 km².
Na ocasião, especialistas ouvidos pelo g1 alertaram que esses números devem ser vistos com cautela.
“A queda observada nos dados de desmatamento, em janeiro, deve ser interpretada com cautela, pois a cobertura de nuvem registrada nesse período é a maior dos últimos seis anos para o início do ano. A cobertura de nuvem pode aumentar o tempo de detecção pelo sistema DETER que usa imagens de satélites com sensores ópticos”, disse Daniel Silva, especialista em Conservação do WWF-Brasil.
Em fevereiro, Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, disse que a queda nos números de desmate deve ser vista nos próximos meses.
“É óbvio que em janeiro/fevereiro não veríamos nos números de alerta a ação do governo. Ele está começando a arrumar a casa. Vamos ver esses números daqui uns dois, três meses. Vamos começar a ver a curva de diminuição ou manutenção, mas precisamos dar um tempinho para o governo”, diz Astrini.