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Com mais de 20 milhões de peixes soltados nos rios de Cuiabá, enquanto deputado, o conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso, Sergio Ricardo fez críticas ao Projeto de Lei 1363/2023 de autoria do Governo do Estado, na manhã desta sexta-feira, 16 de junho.

Sergio Ricardo alegou que é preciso se preocupar com o repovoamento dos rios de Mato Grosso. “Quando eu cheguei aqui podia pescar o dourado. Hoje, já não pode mais pescar o dourado. Isso tem que preocupar a todos, pois daqui a pouco não pode mais o pintado, não pode mais a peraputanga, nem o pacu, e daqui a pouco só vai poder pescar lambari no Rio Cuiabá”.

Ainda segundo o conselheiro, o projeto precisa ser debatido com a classe pesqueira, mostrando seus prós e contras e não ser usados como pano de fundo para política.

“Temos duas partes prejudicadas: uma é o próprio rio e outra é os pecadores que vivem disso. […] não adianta ficar fazendo politicagem em cima disso”, disse.

O conselheiro criticou ainda o valor do auxílio a ser pago pelo Executivo. Ele defendeu ainda a criação de um Fundo dos Pescadores para amenizar os impactos daqueles que vivem da pesca, e classificou como uma “miséria” a proposta de um salário mínimo.

“Acontece que só se oferece para o pescador um salário de miséria. É claro que ele vai ser contra ele, vai tentar buscar outra alternativa que ele pode sobreviver. Então, tem o fundo da Amazônia, um monte de fundo aí, que se crie o fundo do pescador […] eu entendo que deve criar um Fundo do Pescador, conversem com os pescadores.”, comentou Sergio.

Sergio sugeriu que o Governo converse com os pescadores e ofereça algo digno que lhe dê o sustento pelos próximos 5 anos, o qual é o prazo do projeto de lei, pois dá forma como está sendo proposto não há um consenso entre as partes.

“Ofereça um fundo para que ele possa ter dinheiro para sustentar a família, viver bem como ele vive como pescador. Pode ter certeza que eles vão dizer que prefere esse salário para deixar os rios se repovoarem, com todas as espécies de peixes”, completou.