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G20 BRASIL

“O mundo espera do G20 soluções duradouras”, diz ministro

DA REDAÇÃO / MATO GROSSO MAIS
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Reprodução

Com autoridades das maiores economias do mundo, 19 países mais União Africana e União Europeia, além dos oito países convidados, encerrou-se, nesta terça-feira (12), a primeira reunião da Trilha de Sherpas do G20 Brasil.

Centrada em discutir os métodos de trabalho do Grupo e as prioridades propostas pelo país em seu mandato, a reunião, que durou dois dias, contou com a participação do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que fez uma declaração aos sherpas.

“Não planejamos resolver os problemas do mundo. Nosso plano é apresentar um conjunto de bons pontos de partidas”, pontuou o ministro das Relações Exteriores do Brasil, durante o segundo e último dia da primeira reunião da Trilha de Sherpas do G20 no país.

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Em sua fala, sobre os desafios mundiais em um momento de crises sobrepostas, o ministro destacou os três objetivos da presidência brasileira (inclusão social e combate à fome; transição energética e desenvolvimento sustentável; e reforma das instituições de governança global) e salientou a intenção do Brasil em fomentar a participação social no processo do G20. Em novembro de 2024, antes da Cúpula final, entre chefes de Governo e Estado, ocorrerá a primeira Cúpula Social do G20.

Ademais, Mauro Vieira enfatizou a proposta brasileira em entrelaçar os trabalhos das duas trilhas, Finanças e Sherpas, em um entendimento que discussões políticas e coordenações macroeconômicas não são questões apartadas. Mais um objetivo inédito tomado pela presidência brasileira.

“Trabalharemos para construir um consenso dentro do Grupo, ouvindo todos os membros e buscando o mais alto nível de ambição para que o G20 produza resultados”, colocou o ministro.

Reunião conjunta: Trilhas de Sherpas e de Finanças

O primeiro ciclo de reuniões do G20 Brasil começou na segunda-feira (11) e vai até sexta-feira (15), em Brasília, no Palácio do Itamaraty, contemplando a Trilha de Sherpas e a Trilha de Finanças, que, neste ano, devem entrelaçar seus trabalhos. As reuniões contam com representações dos 19 países do grupo e das uniões Africana e Europeia.

Na quarta-feira (13), está prevista a presença do presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, na reunião conjunta de sherpas, vice-ministros das Finanças e vice-presidentes de bancos centrais do G20. Nos dias seguintes (14 e 15) ocorre a reunião da Trilha de Finanças, para alinhamento dos trabalhos.

Após este primeiro ciclo, as próximas reuniões do G20 estão previstas para o ano que vem, 2024, na segunda semana de janeiro, por videoconferência.

Leia o discurso na íntegra

Primeira Reunião dos Sherpas da presidência brasileira do G20

Brasília, 12 de dezembro de 2023

Discurso de encerramento do Ministro das Relações Exteriores do Brasil, S. Exa. o Embaixador Mauro Luiz Iecker Vieira

Ilustres Sherpas,

Chefes de Delegação,

Senhoras e senhores,

É uma honra para o Brasil ocupar a presidência rotativa do G20. É também uma honra para o Ministério das Relações Exteriores do Brasil sediar sua primeira Reunião dos Sherpas aqui no Palácio Itamaraty, um dos mais icônicos edifícios brasileiros, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer.

A presidência do Brasil no G20 está inserida em uma sequência de quatro países em desenvolvimento que presidem o grupo. Destaco esse ponto para enfatizar que os países em desenvolvimento vêm assumindo responsabilidades crescentes na busca de soluções para os muitos desafios de nosso tempo.

Precisamos enfrentar problemas que vão desde conflitos geopolíticos até a fome e a desnutrição, desde as mudanças climáticas até os riscos de novas pandemias, desde a inflação alta até o aumento dos níveis de pobreza. Como no passado, o mundo espera do G20 soluções duradouras para os desafios globais compartilhados.

O G20 reúne uma parcela substancial do PIB e da população mundial. Mais importante ainda, ele reúne uma ampla gama de economias desenvolvidas e em desenvolvimento de todas as regiões do mundo, desfazendo as divisões entre o norte e o sul, o leste e o oeste.

A inclusão da União Africana, nesse sentido, acrescenta muito ao bloco. Em nome do Brasil, mas certamente refletindo o senso comum da sala, gostaria mais uma vez de dar as boas-vindas à União Africana como membro de pleno direito do G20.

Senhoras e senhores,

Conforme já discutido em detalhes na sessão de hoje, a presidência do Brasil no G20 se concentrará em três prioridades gerais:

1) promover a inclusão social e combater a pobreza e a fome;

2) promover transições energéticas e desenvolvimento sustentável em seus três pilares – econômico, social e ambiental; e

3) promover a reforma das instituições de governança global.

Essas três prioridades refletem a ambição do Brasil de “construir um mundo justo e um planeta sustentável”, o lema de nossa Presidência do G20.

Em termos de métodos de trabalho, o Brasil pretende aproximar as duas trilhas do grupo: a Trilha de Sherpas e a Trilha de Finanças. Isso reflete nossa visão de que as discussões sobre política e coordenação macroeconômica devem andar de mãos dadas.

O Brasil também quer promover o diálogo com a sociedade civil e sua participação nas atividades do grupo. Um Fórum Social do G20, a ser realizado no Rio de Janeiro nos dias que antecedem a Cúpula dos Líderes. reunirá representantes dos grupos de engajamento existentes e de outros segmentos da sociedade civil que possam oferecer contribuições significativas ao G20.

Senhoras e senhores,

A comunidade global está enfrentando várias crises que se sobrepõem. Os conflitos em andamento em diferentes partes do mundo exigem nossos esforços diplomáticos em uma escala nunca vista no passado recente. A crise climática é uma preocupação cada vez maior para todos nós, com temperaturas recordes sendo registradas este ano em muitos países, inclusive no Brasil. Ao mesmo tempo, a desigualdade e a pobreza persistem, tornando cada vez mais difícil cumprirmos nossa promessa de “não deixar ninguém para trás”. Infelizmente, os seres humanos estão sendo abandonados, e a emergência climática só agravará esse problema, pois os mais pobres serão os que mais sofrerão. Isso não é aceitável de forma alguma.

O Brasil é um grande país em desenvolvimento, sem disputas geopolíticas; uma mistura cultural que une a América, a África, a Europa, o Oriente Médio e o Extremo Oriente, todos vivendo em paz e coesão; um grande exportador agrícola e, ainda assim, um dos países com a maior parcela de florestas nativas ainda em pé. Também temos credenciais únicas com relação à paz e à segurança. Nossa região, a América Latina, optou pela paz, pela desnuclearização, pela cooperação em vez de jogos de soma zero. Temos uma tradição centenária de resolver nossos problemas por meio da diplomacia e da negociação.

Ao assumir a presidência do G20, não planejamos resolver os problemas do mundo. Nosso plano é apresentar-lhes um conjunto de bons pontos de partida, e estamos prontos para dar nossa parcela de contribuição.

Durante nossa presidência, trabalharemos para construir um consenso dentro do grupo, ouvindo todos os membros e buscando o mais alto nível de ambição para que o G20 produza resultados.

Contem com o Brasil como país presidente para o próximo ano.

Muito obrigado.

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  • 13 de dezembro de 2023 às 15:45:58