DA REDAÇÃO / MATO GROSSO MAIS
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O aumento significativo de atendimentos nas UPAs Verdão, Morada do Ouro, Pascoal Ramos e Leblon e na Policlínica do Pedra 90 nos últimos dois meses e as estratégias de otimização para o usuário da rede SUS foram temas debatidos nesta manhã de terça-feira (23) pela Secretaria Municipal de Saúde.
A pesquisa apresentada pelo médico clínico geral Roney Damasceno, diretor clínico da UPA Pascoal Ramos, traça um panorama da situação e as estratégias de atuação. Só nos últimos dois meses, em média, o atendimento, de 180 a 250 pacientes, chega a até 400 pacientes em um período de 12 horas.
A disponibilidade de organização do trabalho e investimento na atenção básica com informações em tempo real sobre a superlotação do pronto-socorro, criando uma ferramenta que prevê tempos de espera para informar os pacientes, fixação do profissional na mesma unidade, alocação de profissionais segundo a variação sazonal de procura de atendimento, treinamento para visitadores e emergencistas, realocação de profissionais entre unidades segundo a demanda por atendimento são algumas das estratégias que irão auxiliar ao processo de otimização dos atendimentos nas UPAs e na Policlínica.
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Os dados coletados mostram o aumento de atendimento na UPA do Verdão, por exemplo. Foram 7.970 atendimentos em janeiro, sendo 5.112 não urgentes. Em fevereiro, foram 13.872 atendimentos, sendo que 8.817 foram classificados como pouco urgentes. No mês seguinte, em março, o atendimento saltou para 14.824, sendo 8.822 pouco urgentes.
“Nos últimos dias, temos observado um aumento significativo na demanda das UPAs. Esse aumento levanta algumas questões: o que está causando essa alta demanda? Por isso, reunimos hoje para investigar essas questões. Durante a reunião, foi feita uma apresentação que nos permitiu entender melhor as possíveis causas desse aumento. Ficou claro que, de fato, estamos enfrentando um surto. Essa situação é ainda mais evidente, pois cidades vizinhas também estão passando por algo semelhante. Felizmente, parece que essa sazonalidade deve diminuir nos próximos 15 dias. Estamos trabalhando na reestruturação do atendimento, planejando encaminhar os pacientes que poderiam ser atendidos nas unidades básicas e realizando processos seletivos para contratação de médicos”, afirmou o secretário de Saúde de Cuiabá, Deiver Teixeira.
O médico explica que uma das estratégias em consideração é a implantação de um sistema de inteligência artificial para estabelecer o tempo de espera de cada paciente, assim como a otimização da estratégia de saúde da família, que é o primeiro ponto de atendimento nos casos agudos.
“Essas estratégias foram testadas em vários países, como Portugal, Espanha e Canadá, com diferentes níveis de sucesso, visando à redução da saturação do sistema de urgência e emergência, uma preocupação global. Para adaptá-las à nossa realidade, é essencial começar pela rede de atenção primária, onde os postos de saúde devem lidar com os casos agudos e atender à demanda espontânea, garantindo que os pacientes sejam assistidos inicialmente antes de serem encaminhados para a unidade de pronto atendimento, apenas aqueles que realmente necessitam de uma avaliação mais detalhada ou internação”, declarou o clínico Roney.
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