LUIS CLAUDIO
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Após o período da pandemia da covid-19, a população no Brasil vive dividida entre ser enganada e se manter ignorante aos acontecimentos sociais e climáticos, que afetam o país, nos últimos tempos.
Estamos presenciando as enchentes na capital gaúcha e suas cidades no interior do estado do Rio Grande do Sul, numa tragédia com quase duzentas pessoas mortas e outras centenas, ainda desaparecidas, segundo os noticiários diários e declarações de profissionais especializados no trabalho de ajuda e resgates de vítimas que necessita de todo tipo de ajuda.
Muitos voluntários se dedicam ao socorro da população gaúcha afetada pelas águas das chuvas e dos rios. Entre erros e acertos na edificação dos municípios, com acervos históricos e que remontam para a construções centenárias do estado do Rio Grande do Sul, não é aceitável, opiniões ou críticas negativas, que ao contrário de ajudar, atrapalham e diminuem a autoestima dessa população, amigos, parentes e familiares, que tanto precisam de atenção e de palavras de incentivos de forma positiva, para se reerguerem, depois que as aguas baixarem.
A tragédia da covid-19 deixou lições de solidariedade, mas não suficiente para alguns, que insistem com atitudes negacionistas como fizeram contra a campanha de vacinação no combate à pandemia e ainda fazem nos desdobramentos das campanhas vacinais contra a proliferação da dengue e gripe, entre outras enfermidades que nos afetam.
Como afirmou o professor universitário, escritor e filósofo, Mário Sérgio Cortella, em uma de suas palestras para os profissionais do sistema de saúde, após a pandemia da covid-19, no Instituto Butantan, em São Paulo, existem dois tipos de negacionistas: quem se engana em relação ao que a ciência evidencia e quem é enganado.
“As pessoas que se enganam podem ser por desconhecimento, ignorância inocente e as pessoas que são enganadas são vítimas de trapaça, do interesse escuso de quem o faz propositadamente”, apontou o escritor, durante palestra sobre a mudança de comportamento.
O negacionismo é a forma de divisão entre as pessoas. As enchentes no Rio Grande do Sul foram alvo desse sentimento negativo e de ódio por aqueles que rejeitam as evidencias das tragédias e atacam a todos, ferindo a decência, principalmente, das vítimas. Eles não aceitam que existe relação climática com a tragédia gaúcha e destilam ódio à ciência e demais setores públicos. Criam Fake News e tentam promover a desconfiança e o ódio na população.
Recentemente, uma blogueira desconhecida, que não convém citar o nome, desejou a morte de todos os gaúchos “soberbos” e postou o vídeo para circular na internet. Em outros casos, os negacionistas por ignorância ou conveniência política divulgaram Fake News apelaram para teorias conspiratórias de que as chuvas foram criadas por tecnologia desenvolvidas com produtos químicos americanos e até casos de que as enchentes foram associadas à quantidade de “terreiros de macumba” apelido dado aos templos espiritas na região. Também usam o pretexto de que os gaúchos quiseram no passado, serem um país independente do Brasil.
A tragédia no Rio Grande do Sul deve servir de reflexão sobre políticas públicas de prevenção às condições climáticas de forma equilibrada e conciliadora sem discursos de ódio independentes.
Luis Claudio é servidor de carreira do Tribunal de Justiça de Mato Grosso e suplente de vereador por Cuiabá