A produção industrial brasileira registrou alta de 0,2% em dezembro, na comparação com novembro, segundo divulgou nesta sexta-feira (1) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, a indústria acumulou no ano um crescimento de 1,1%, o que representa uma desaceleração significativa frente a 2017 (2,5%), quando interrompeu 3 anos seguidos de taxas negativas.
Foi o pior resultado para dezembro desde 2015 (-1,9%), na comparação com o mês imediatamente anterior, segundo a série histórica da pesquisa.
Na comparação com dezembro de 2017, o setor industrial registrou queda de 3,6%, também o pior resultado interanual para o mês desde 2015 (-12%), o que reforça a leitura de que a recuperação do setor segue frágil e em ritmo lento.
“No acumulado dos últimos doze meses (1,1%), a indústria permaneceu com perda de ritmo frente aos resultados de julho (3,3%), agosto (3,1%), setembro (2,7%), outubro (2,3%) e novembro (1,8%)”, destacou o IBGE.
Considerando a média móvel trimestral, a produção industrial fechou 2018 16,3% abaixo do ponto mais alto da série histórica, iniciada em 2012, que foi alcançado em maio de 2011.
“A indústria operou em dezembro num patamar 2,6% abaixo daquele que operava em junho, quando atingiu o ponto mais alto do ano em termos de produção”, destacou o gerente da pesquisa, André Macedo.
13 os 26 ramos pesquisados tiveram queda no ano
Segundo o IBGE, 13 dos 26 ramos industriais pesquisados registraram queda em 2018. Houve alta, entretanto, em 50,9% dos 805 produtos pesquisados.
Entre as atividades em queda, as maiores contribuições negativas para o resultado da indústria no ano foram de produtos alimentícios (-5,1%), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-3,3%) e de couro, artigos para viagem e calçados (-2,3%).
A fraco desempenho da indústria de alimentos, segundo Macedo, está relacionado a dois produtos: açúcar e carnes de aves. “Há uma mudança no mix de processamento da cana de açúcar, privilegiando a produção de etanol à produção do açúcar, afetando o setor de alimentos. Já em relação às carnes, com destaque para as de aves, houve uma significativa redução das exportações em função de embargos internacionais à produção brasileira”, explicou.
Já as maiores influências positivas do ano vieram do crescimento da produção de veículos automotores, reboques e carrocerias (12,6%), metalurgia (4,0%), celulose, papel e produtos de papel (4,9%), indústrias extrativas (1,3%), máquinas e equipamentos (3,4%), e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (6,1%).
Entre as grandes categorias econômicas, destaque para bens de consumo duráveis (7,6%) e bens de capital (7,4%), impulsionadas, em grande parte, pela ampliação na fabricação de automóveis (10,8%) e eletrodomésticos da “linha marrom” (4,4%), na primeira; e de bens de capital para equipamentos de transporte (13,8%) e para construção (25,2%), na segunda.