Acqua Park cita documento de 2017, mas Bombeiros reforça ausência de alvará

k Cuiabá negou qualquer irregularidade nos tobogãs de sua propriedade e disse ter o alvará do Corpo de Bombeiros e todas as demais licenças para funcionamento válidas – incluíndo Alvará Sanitário da Prefeitura de Cuiabá de 2017. Reportagem do desta quarta (13) mostrou que o parque funciona sem alvará e pelo menos três acidentes ocorreram desde outubro do ano passado.

“Ao contrário do que está sendo equivocadamente divulgado, a empresa conta com todos os alvarás de funcionamento, inclusive o alvará expedido pelo Corpo de Bombeiros Militar, mesmo porque a ausência de qualquer alvará expedido por parte dos órgãos fiscalizadores ensejaria a interdição e o fechamento do parque”, diz nota (ÍNTEGRA ABAIXO).

A empresa encaminhou um Certificado de Aprovação de Processo de Segurança Contra Incêndio e Pânico datado de 5 de setembro de 2017. O certificado foi emitido pelo Corpo de Bombeiros à empresa “Ricardo G. A. A. de Almeida – ME”, de nome fantasia “Villa Aventura”, com o mesmo endereço do parque.

O documento dos bombeiros especifica que “este certificado tem validade indeterminada desde que a edificação não sofra alteração de ocupação, ampliação e reforma e/ou mudança de leiaute”.

Na reportagem inicial, os bombeiros haviam consultado o sistema e confirmado que não constava alvará expedido ao Acqua Park. A reportagem consultou o Corpo de Bombeiros novamente para apurar se o documento apresentado pela empresa continua válido.

Os militares afirmaram que o certificado apresentado pela empresa é apenas o primeiro passo para a emissão do alvará. A partir daí, é preciso que sejam instalados os equipamentos de prevenção de acidentes, que seja feito o pagamento das taxas administrativas, além de vistorias pelos bombeiros. Nada disso foi feito até agora, de acordo com a corporação. O funcionamento do local, porém, não fica impedido pela ausência do documento final.

Na proxíma semana os Bombeiros informa que irão vistoriar o parque. Depois da primeira vistoria, a empresa terá entre 30 e 120 dias para adequar eventuais inconformidades. Uma segunda vistoria deverá ser feita, com possível aplicação de multa se novos problemas forem encontrados, após mais 30 dias. Somente em uma terceira etapa de vistoria com constatação de eventuais irregularidades o local poderia ser fechado pelo Corpo de Bombeiros.

A empresa informou que as piscinas e tobogãs tiveram projetos elaborados por “profissionais capacitados e renomados” e que os projetos e construções vieram acompanhados das respectivas ART (Anotação de Responsabilidade Técnica), “onde o projetista coloca seu nome e qualificação na qualidade de responsável pelo empreendimento”.

“Ainda, contamos com bombeiros civil posicionados estrategicamente em cada atrativo, monitores em cada toboágua, enfermeiros, posto médico, enfermaria e ainda uma ambulância equipada para todo tipo de emergência”, diz o Acqua Park.

Reprodução

Nota Acqua Park

Fac-símile da nota enviada ao Rdnews pela defesa do parque aquático, em que empresa afirma ter todos os alvarás de funcionamento do local

Acidente

Os responsáveis pelo parque ainda se posicionaram com relação ao acidente sofrido por Tatiele Silva Leal em 5 de março, no feriado de Carnaval. A nota reforça que três mil pessoas passaram pelo local no feriado e que o acidente foi “único e isolado”.

“No que diz respeito ao incidente de 5 de março de 2019, informamos que antes de realizar a descida do equipamento, os monitores  orientaram a senhora Tatiele de como deveria ser sua postura no equipamento e, pelo que ela própria narra em suas postagens, quando caiu na água, logo após a descida, estava em estado inconsciente. Logo, ao ficar nesse estado, a senhora Tatiele perdeu o controle de seu corpo”, afirma.

A empresa disse que prestou assistência à mulher e seu marido, Rafael Yonekubo, no dia seguinte, 6 de março, quando ele entrou em contato. O casal estava na UPA do bairro Morada do Ouro e a empresa afirmou ter oferecido custear todas as despesas médicas de Tatiele no Hospital Santa Rosa.

“O fato é que quando do envio da mensagem pelo senhor Rafael, o casal já se encontrava na UPA do Bairro Morado do Ouro e pelo alarde que o casal criou os médicos se recusaram a liberar a senhora Tatiele para outro hospital”, afirma a empresa.

Veja Mais

Deixe seu Comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *