Gilmar é acusado de criar rede criminosa para eleger irmão prefeito em MT

Os advogados Carlos Crema, Modesto Souza Barros Carvalhosa e o desembargador aposentado Laercio Laurelli Luís entraram com um pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, o acusando de  montar uma rede criminosa para eleger seu irmão Francisco Ferreira Mendes Júnior (Chico Mendes), como prefeito na cidade de Diamantino, entre  2000 e 2004.

O documento foi encaminhado ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e argumenta que, “há conduta incompatível com o exercício do cargo por parte do ministro”.

Trecho do documento cita nome de importantes políticos do Estado Mato Grosso, como: o ex-governador Silval Barbosa, o ex-ministro da Agricultura Blairo Maggi, o ex-deputado José Riva, e o ex-secretário Éder Moraes.

“Gilmar Mendes atuou ostensivamente para eleger o irmão, Francisco Ferreira Mendes Júnior, prefeito de Diamantino-MT, em 2000 e 2004, bem assim na campanha eleitoral de 2008. Valendo-se da União de Ensino Superior de Diamantino (Uned) até quando a empresa foi comprada, em 2013, no Governo de Silval Barbosa, ex-governador de Mato Grosso, criminoso confesso e amigo de Gilmar Mendes; da função de ministro do Supremo Tribunal Federal; de recursos públicos da União nas campanhas eleitorais municipais de 2000, 2004 e 2008, conforme denuncia prefeito de Diamantino (MT), Erival Capistrano de Oliveira, eleito em 2008 (“sempre usou a máquina administrativa do governo federal”, “jatinhos da FAB”, “usava influência nos ministérios, pressionava políticos do Estado, pressionava o governador Blairo Maggi”)”, descreve trecho do documento.

Após a compra da empresa, uma das irmãs de Gilmar se tornou sócia da Uned chamando atenção pela sua idade, 62 anos dizem os autores.

Quanto a Blairo Maggi, José Riva e Éder Moraes, os requerentes afirmam havia uma relação de “proximidade” com Gilmar Mendes, que pode ter interferido nas investigações da Operação Ararath, da qual os políticos foram alvos.

O pedido de impeachment foi protocolado no Senado na quinta-feira (14), sendo o segundo que as partes propõem. O primeiro foi arquivado pelo ex-presidente do Senado Eunício Oliveira.

São 150 páginas, com matérias jornalísticas, investigações do Ministério Público, documentos externos e até decisões do próprio do ministro que apontam para uma possível incompatibilidade com o exercício da função.

Relata ainda uma “possível participação em um esquema criminoso” envolvendo recursos da União e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), ente outras acusações.

Outro lado

A reportagem tentou contato com a assessoria do ministro, mas não obteve sucesso.

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