Acabou a fase, me dá um dinheiro aí porque estou aqui

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta declarou nesta segunda-feira (22), durante visita à Capital, que acabou a fase em que os hospitais filantrópicos recebiam dinheiro do Poder Público sem apresentar dados de atendimentos ou planejamento para o uso de recursos.

“Aquela fase de me dá um dinheiro aí porque estou aqui, não…, demonstre primeiro qual é o impacto. Cadê o planejamento? Quem são as pessoas e aonde vamos chegar com o investimento do dinheiro público”, argumentou o ministro.

Em resposta ao último pedido de socorro financeiro feito pela Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá que está de portas fechadas há mais de um mês por falta de recursos. O Governo Federal tem acompanhado o caso com muita atenção e preocupação, pois, a crise na Santa Casa não é emblemática apenas para Cuiabá, mas sim para Mato Grosso devido ao alcance dos atendimentos que realiza.

Uma decisão definitiva de como a União deve ajudar o filantrópico, segundo o ministro, só será anunciada depois que a Prefeitura de Cuiabá e Governo do Estado apresentarem os relatórios com dados e valores reais da crise que assola o hospital, o que não ocorreu. O último valor da dívida divulgado pelo filantrópico é de R$ 118 milhões.

No entanto, ficou claro que sem os documentos e uma nova equipe de administradores que transmita confiança, provavelmente o pedido de aporte financeiro não será atendido.

“Se a gente conseguir que a sociedade entenda por que as coisas chegaram nesse ponto, vamos poder ser atores do nosso tempo e enfrentar esse problema. Está muito difícil o cidadão pagar imposto, muito dura a carga tributária no país e não é por causa do apelo de uma instituição A, B ou C que a gente vai deixar de ter o profundo zelo pelo dinheiro público”, observou Mandetta.

Em março, fontes do Governo Federal declararam que o ministro estava disposto a destinar até R$ 50 milhões para pagar os salários dos funcionários, entre eles, médicos e enfermeiros da Santa Casa.

Porém, Mandetta deixou claro que para repassar o valor seria necessária uma intervenção no hospital, ou seja, o ministro não acha correto entregar tanto dinheiro público para a atual administração da Santa Casa sem fiscalização rigorosa, já que o déficit, contabilizado em R$ 80 milhões por ano, ocorreu na gestão do ex-presidente Antonio Preza.

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