Intermináveis greves de professores, contingenciamento, orçamentos bilionários insuficientes, qualidade de ensino cada vez pior. É hora de repensar a educação. A solução já existe e não inclui a presença do Estado. Sim, já existe no Brasil diversas iniciativas de educação particular de baixo custo e (quase) livre das infinitas amarras e regulações do Estado.
Há algum tempo argumentei sobre o fato de a educação ser um serviço como qualquer outro e não um direito. Um amigo entendeu o argumento e me questionou: mas se a educação fosse toda privatizada, como uma família com três filhos, que sobrevive com R$ 1.200 iria ter acesso a ela?
Bem, na verdade essa família já pagou uns R$ 600 reais em impostos via custos trabalhistas, que são pagos pelo patrão ao governo em vez de ir para o bolso do trabalhador. Dos R$ 1200 que lhes sobram, cerca de 40% ainda é imposto sobre o consumo. Para resumir, essa família já paga (e caro) pelos serviços públicos ditos “gratuitos”.
Além disso, num ambiente de livre concorrência, livre das amarras e regulações do MEC e SEDUCs da vida, a educação particular seria absurdamente acessível. No fim das contas seria muito melhor e mais barato para essa família pagar diretamente pela educação dos três filhos do que receber do Estado como contrapartida de seus impostos.
Você duvida que a educação particular livre seria muito barata? Então me faça um favor. Acesse este site: https://www.udemy.com/, veja os preços dos cursos e me diga quanto você acha que qualquer um deles custaria se fosse oferecido via ensino estatal.
Vou dar uma dica. Segundo dados de 2014 do próprio MEC, um aluno de ensino fundamental custa aproximadamente R$ 500 reais por mês aos cofres públicos. No ensino superior o custo é maior que R$ 1800 reais. Sabe quem paga por isso? Além de eu e você, é aquela família com três filhos que vive com R$ 1200/mês. E tem gente que ainda acredita que é “gratuito”.
Está com preguiça de entrar no site da Udemy para ver os preços? Ok, eu te conto. Um curso completo de Matemática Financeira, por exemplo, custa R$ 23,99. Edição de vídeo ou Design Gráfico: R$ 25,99. Fast MBA em Liderança e Gestão de Pessoas: R$ 23,99.
Sim, hoje em dia qualquer pessoa pode aprender uma nova profissão por um valor menor que uma caixinha de cerveja. Não é uma ideia, é realidade. É educação particular de baixo custo. Eu mesmo já concluí dois ótimos cursos que adquiri por ali recentemente. E olha que este site ainda é limitado por uma série de regulamentações estatais. Só podem oferecer conteúdos que o governo acha que não representam risco para a sociedade.
Agora imagine a educação toda num sistema de livre mercado, como oferecido ali. Imagine pobres pagando mensalidades de R$ 23,99 (mais barato que um plano de celular) para seus filhos terem aulas particulares de língua portuguesa com o professor Pasquale, e de outras matérias com os melhores professores do país.
E nem precisa ser dentro de casa. Poderiam se reunir em grupos para acompanhar as aulas – o que baratearia ainda mais o custo. Essa seria a verdadeira revolução da educação.
Mas se isso se tornasse prática comum, sem o dinheiro do contribuinte, como é que todos os burocratas ligados a ministérios, secretarias e conselhos de educação se sustentariam, não é mesmo? Como é que os políticos populistas seriam eleitos se não pudessem prometer educação “pública, gratuita e de qualidade” para seus eleitores?
Enfim, pare de acreditar no governo e nos serviços públicos. Eles não ajudam os pobres, eles perpetuam a pobreza.
Mais infos
https://ilmt.com.br/a-educacao-particular-de-baixo-custo-e-sem-estado-ja-existe/
Edegar Belz, empresário, analista de sistemas com MBA em Controladoria e Finanças, filiado ao Partido Novo e presidente do Instituto Liberal de Mato Grosso.