LUIZ ANTONIO POSSAS DE CARVALHO
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É sempre assim. Mauro Mendes, por meio de seus áulicos, ataca o prefeito Emanuel Pinheiro de forma baixa e pessoal. O fato novo é que eles não mudam de atitude nem em meio à pandemia. O que está por trás disso é simples: estão usando a máquina do estado para criar factóide eleitoral e encobrir a condução confusa, oportunista e, em última análise, genocida na área da saúde. Temperada pela incompetência administrativa que, segundo a prefeitura de Várzea Grande, ceifou na semana passada a vida de duas pessoas.
A imprensa registrou: Mendes foi contra as medidas de isolamento social em Cuiabá, enquanto os primeiros países a serem impactados pelo novo coronavírus nos mostram que o distanciamento é o melhor caminho para salvar vidas e garantir a retomada segura da economia. Desde o início, a capital apresentou um planejamento claro nessa direção. O trabalho integrado da secretaria municipal e do comitê de enfrentamento à Covid-19, liderado pelo prefeito, vem permitindo calibrar com transparência, ciência e responsabilidade as medidas adotadas. Desse modo, muitas vidas foram poupadas.
Já o governador ficou à deriva do vento, como biruta de aeroporto. Perdido, primeiro quis liberar geral para os empresários; aí viu que estava pegando mal e recuou. Agora, resolveu ocultar sua falta de planejamento superdimensionando o papel do Hospital Metropolitano para fazer o de sempre: atacar o prefeito.
O mensageiro da hora, Gilberto Figueiredo, conhece bem todas as explicações técnicas sobre a condução do combate ao novo coronavírus no âmbito municipal. Só faz de conta que não, para desgastar o trabalho sério da prefeitura. Também finge ignorar que Cuiabá carrega a saúde do estado nas costas. Enquanto a Santa Casa, o Metropolitano e os hospitais regionais se dedicam principalmente à Covid-19, a capital tem a missão de atender pacientes de outras cidades, por causas diversas, além do coronavírus. Afinal, não se para de adoecer e padecer de acidentes por decreto.
O prefeito Emanuel Pinheiro, por sua formação humana, não politiza este assunto. Sempre nos orienta que as pessoas devem ser (bem) tratadas, venham de onde vierem. Mas diante de tanta politicagem barata eu preciso dizer à população de Cuiabá: é sim responsabilidade do governo do estado oferecer condições para que estes cidadãos possam se cuidar em suas cidades. Ao não cumprir seu papel, o governo está penalizando também os cuiabanos!
Infelizmente, o Metropolitano está longe de resolver esse problema. E o governador age como se estivesse fazendo um grande favor, quando não consegue evitar o básico: que moradores de outros municípios continuem buscando em Cuiabá o atendimento que não recebem em suas cidades – por conta do coronavírus ou não. É obrigação do poder público pensar no funcionamento do sistema de saúde como um todo.
O secretário de Saúde parece ter absorvido do seu chefe o pecado capital da vaidade, primo-irmão da arrogância. Diz estar muito ocupado, mas gasta energia com mudança de partido (por alguma razão filiou-se à legenda do governador) e preocupando-se com bobagens relacionadas a seu ego, a ponto de, ofendido não se sabe o porquê, se autointitular “Zezinho da Quitanda”. Aliás, depreciando de forma preconceituosa os quitandeiros, que por sinal carecem neste momento de um apoio maior do governo estadual. Ele e seu patrão precisam perder menos tempo tentando prejudicar Cuiabá e se preparar para as ameaças iminentes que rondam nosso estado. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, já avisou que o vírus vai avançar para o interior, citando o Centro-Oeste. O que, como vimos, também afeta Cuiabá.
E de imediato, os dois têm que explicar à sociedade o que se passou em Várzea Grande. A nota oficial da SES explica burocraticamente o papel da Central de Regulação, mas não responde objetivamente o que levou as vítimas a óbito. Informação tipicamente vaga e pro forma. O que aconteceu, finalmente? De quem é a culpa?
Com tanta coisa para cuidar, governador Mauro Mendes e doublé de candidato, Gilberto Figueiredo, parem de pensar em eleição! Se Cuiabá está se saindo bem nessa luta tão difícil, isso também é bom para o estado. Ou deveria ser.
Nós entendemos de construir hospital, por isso entregamos o maior do Mato Grosso. Mas entendemos principalmente de construir uma política pública de saúde. Algo que só se faz com diálogo e humildade. Esse seria um bom caminho para que finalmente o governo encontre uma identidade e possa conduzir com mais coerência a saúde do nosso estado.
Luiz Antonio Possas de Carvalho é Secretário Municipal de Saúde de Cuiabá
Gostei do assunto de sua publicação, gostaria de ver se é pertinente de divulgar em meu site: link acima.
Sds.
Hermes
Oi quero lhe parabenizar você pelo seu artigo escrito, sou Roberto de Oliveira e gostei do seu site, muito bom vou acompanhar o seus artigos.