JOÃO VALENTE
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Mesmo em meio à pandemia, Mato Grosso se mantém líder nacional na produção de grãos e fibras. Os dados da safra 2019/2020 da Conab mostram ainda novos recordes que consolidam a pujança do estado que ofertou neste período quase um terço de tudo que o Brasil produziu, mais de 74,95 milhões de toneladas.
O celeiro do país é o maior produtor de soja, milho, algodão, também possui o maior rebanho bovino e um grande potencial de crescimento na produção da agroindústria, piscicultura, mineração e agricultura familiar. Mas para atingir esse patamar produtivo, conta com o trabalho incansável de milhares de engenheiros agrônomos.
Segundo números do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-MT), temos 6.500 agrônomos registrados hoje, aproximadamente 30% do total de registros na instituição. É inquestionável que onde existe um engenheiro agrônomo qualificado e atuante, os resultados da produtividade do campo são ainda melhores, graças ao manejo adequado do solo, o uso correto de defensivos agrícolas, o desenvolvimento de novas tecnologias por meio de pesquisas e a orientação aos produtores sobre o melhor uso das propriedades da terra.
Além disso, com uma agricultura 4.0 predominando, este profissional vem se especializando no uso de tecnologias vinculadas à engenharia genética, à automação agrícola e à agricultura de precisão. Com sua expertise, o agrônomo colabora ainda como gestor eficiente no manejo dos processos produtivos e na condução do uso das modernas técnicas de produção.
Temos muito orgulho do agronegócio mato-grossense, que ajudará o Brasil na superação da crise ocasionada pela Covid-19. Mas estendo este orgulho aos profissionais agrônomos e a outras modalidades das engenharias que contribuem decisivamente ao sucesso do agro, como os engenheiros de pesca, agrícolas e florestais e, indiretamente, os engenheiros mecânicos (máquinas agrícolas e equipamentos), eletricistas e civis.
Além da importância no aspecto econômico da atividade agrícola para atender a demanda de consumidores mais exigentes por produtos de qualidade, ainda há a contribuição social do agrônomo na produção de alimentos. Vale lembrar que, segundo números da FAO (sigla do inglês – Food and Agriculture Organization), até 2050 será necessário aumentar em 70% a produção de alimentos para abastecer a crescente população, e isso, usando da melhor forma os recursos naturais, sócio e ambientalmente.
O papel principal do nosso conselho, o Crea-MT, neste novo momento global é estar muito mais forte, dinâmico e atuante, para poder oferecer as devolutivas que os profissionais e as empresas precisam e cobram, a partir de cursos de capacitação, serviços desburocratizados, ágeis e on-line (como o sistema e-Crea) e uma linha de atuação mais orientativa que punitiva.
Diante do novo cenário, conclamo a todo vocês da área para que, no dia 1º de outubro, participem das eleições do sistema Crea/Confea. Sabemos que não se trata de um momento fácil: estamos em meio à safra, período de muito trabalho no campo para os agrônomos, a pandemia não acabou, no entanto, a participação de cada um de vocês é essencial para que possamos construir a instituição que precisamos. Para continuar mudando, aguardo vocês!
João Valente, engenheiro agrônomo, professor Dr. aposentado da UFMT, presidente licenciado do Crea-MT