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Rede social não garante debate eleitoral democrático, diz especialista

Live do iGdeias debateu uso das redes sociais durante as eleições deste ano
Reprodução/Youtube/Portal iG

Live do iGdeias debateu uso das redes sociais durante as eleições deste ano

As redes sociais não estão prontas para proporcionar um debate democrático durante o período eleitoral, afirma Marcelo Vitorino, professor de marketing e comunicação política na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).

Atuando em campanhas eleitorais há 25 anos, Marcelo afirma que a ascensão das plataformas digitais elevou também a disseminação de conteúdo desinformativo, tornando as redes sociais uma “terra de ninguém”. A fala aconteceu em live do iGdeias nesta terça-feira (23).

O problema, porém, não é simples de ser resolvido. J oão Victor Archegas, pesquisador sênior no ITS Rio e professor de Direito, garante que o tema da moderação de conteúdo “é um campo cheio de espinhos”, com mais perguntas a serem debatidas do que respostas concretas.

Democracria, eleições e redes sociais

“As redes sociais são esse novo espaço de debate político e também eleitoral. E o impacto das plataformas digitais é muito importante para a gente definir quais são os limites do que você pode ou não pode falar ou fazer dentro desses novos espaços digitais”, analisa João.

Para ele,  parcerias como as que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estabeleceu com as plataformas digitais no Brasil são essenciais para que mudanças sejam implementadas a fim de garantir que as redes sociais não influenciem negativamente o processo eleitoral.

João lembra, porém, que “é impossível as redes sociais moderarem conteúdo com eficiência de 100%”, já que “nunca será possível deletar tudo o que há de errado e ruim na internet”. Para ele, a solução durante o período eleitoral é olhar para os principais pontos de impacto, ou seja, os próprios candidatos e suas campanhas eleitorais.

Se um cidadão qualquer inicia uma campanha de desinformação, por exemplo, ela provavelmente terá muito menos impacto que uma campanha iniciada por um agente político, que tem um grande número de seguidores e credibilidade. Por isso, já que não é possível controlar tudo, as redes sociais devem estar mais atentas às principais contas para o debate democrático, analisa João. “Tem como a plataformas fazerem isso”, comenta.

Dependência das redes sociais

O problema da moderação de conteúdo nas redes sociais se torna ainda mais grave quando percebemos que a corrida eleitoral se tornou dependente das plataformas. Cada vez mais, políticos utilizam a internet para divulgarem suas ideias, e eleitores a usam para encontrarem o candidato ideal.

Marcelo comenta que, de 2018 para cá, o impulsionamento de publicações se tornou mais presente nas campanhas. Apesar disso, o professor afirma que grande parte dos candidatos ainda não sabe como utilizar as redes sociais corretamente.

“A principal rede social dessa campanha vai ser aquela que os candidatos usarem direito. Porque o problema é que os candidatos usam mal todas as redes sociais”, comenta. Para ele, deveria haver mais interação por parte dos candidatos com os eleitores, quando na prática as campanhas estão tornando as páginas verdadeiros repositórios de publicações.

Para conferir a conversa completa sobre o tema, você pode ouvir o podcast ou assistir ao debate no YouTube:



Fonte: IG TECNOLOGIA

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