Falta exatamente uma semana para as eleições . Mais do que nunca, este é o momento para se informar, avaliar o melhor candidato e exercer a cidadania nas urnas no próximo dia 2 de outubro. Por isso, é preciso procurar saber o que propõem os presidenciáveis para os principais problemas da sociedade. Atualmente, talvez o mais preocupante deles seja a fome que assola os mais vulneráveis.
Segundo uma pesquisa divulgada em janeiro deste ano, 33 milhões de pessoas passam fome no Brasil e mais da metade (58,7%) da população brasileira vive com algum nível de insegurança alimentar. Os números são quase o dobro dos registrados em 2020, quando o mundo foi atingido pela pandemia da Covid-19.
Veja a seguir as propostas dos principais candidatos à presidência para o combate à fome no país:
Lula (PT)
O ex-presidente Lula (PT) tem o combate à fome como uma de suas principais prioridades. Pensando nisso, uma medida que consta em seu plano de governo é “renovar” e “ampliar” o Bolsa Família, para “recuperar uma de suas principais características: ser referência mundial no combate à fome”. O programa de transferência de renda foi criado em 2003, durante o primeiro mandato de Lula (2002-2006). O plano não menciona se o Auxílio Brasil, que substituiu o Bolsa Família no final do ano passado, será extinto pelo petista ou seguirá existindo.
O petista deve apostar também na capacidade produtiva do Brasil no setor de alimentos que, segundo ele, é o suficiente para garantir “alimentação de qualidade para todos”. Ele acredita que a produção do campo pode ajudar o país a alcançar a segurança alimentar. A agricultura e a pecuária, no entanto, devem estar comprometidas com a sustentabilidade ambiental e social.
O ex-presidente garante que dará apoio “à pequena e média propriedade agrícola, em especial à agricultura familiar”, que se compromete com a soberania alimentar “por meio de um novo modelo de ocupação e uso da terra urbana e rural”. Ele também fala em fortalecimento da produção agrícola nas frentes da agricultura familiar, tradicional e agronegócio sustentável.
Jair Bolsonaro (PL) O plano de governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) no âmbito do combate à fome tem como uma das medidas reforçar a aplicação do Alimenta Brasil, criado em 2021. O programa tem como premissa comprar alimentos produzidos por meio da agricultura familiar e distribuir a pessoas em situação de insegurança alimentar. Ele pretende também distribuir alimentos a populações mais vulneráveis, como indígenas e quilombolas.
Outra medida do plano de governo do presidente para combater a fome, mas não apenas, é a contenção da inflação, para que a população retome o poder de compra. Ele fala em “manter e implantar políticas públicas que mitiguem efeitos da inflação mundial que se vive em função da pandemia e do conflito entre a Federação da Rússia e a Ucrânia”.
O presidente também irá manter o Auxílio Brasil. O projeto de lei orçamentária para 2023, apresentado no mês passado, prevê R$ 405 para o programa. O chefe de Estado garante, no entanto, que o valor original será mantido.
Ciro Gomes (PDT) Uma das ações defendidas por Ciro Gomes (PDT) para combater a fome é a ação do Estado sobre os preços, com um “preço mínimo”, e o estabelecimento de um “estoque” de alimentos. Assim como Lula, ele acredita que o Brasil “é um dos raros países que tem comida suficiente” para alimentar toda a população”.
A ideia do projeto é que o produtor não fique desamparado em momentos de safra, quando o preço despenca e, na hora das entre safras, da seca ou da crise, o estoque seja desovado e disponibilizado no mercado a um preço mais compatível. Desta maneira, acredita, seria possível proteger a população da escassez de comida.
Para além desse projeto, o pedetista defende medidas como o programa de renda mínima, que pagaria R$ 1.000 às famílias mais carentes, gás de cozinha mais barato e a taxação das grandes fortunas. A ideia é possibilitar que famílias que vivam com até dois salários-mínimos tenham acesso a gás pela metade do preço e cobrar uma alíquota de 0,5% a 1,5% sobre os patrimônios superiores a R$ 20 milhões.
Simone Tebet (MDB) Simone Tebet (MDB) afirma que erradicar a miséria e a fome no Brasil são algumas de suas prioridades absolutas. Caso seja eleita, o plano é que cerca de 500 mil assistentes sociais e agentes comunitários tenham 30 dias para identificar todos aqueles que passam fome no país. Ela defende também que os municípios tenham autonomia sobre o Cadastro Único (CadÚnico), que reúne a base do governo federal com informações sobre famílias que vivem em situação de vulnerabilidade.
A emedebista quer implementar ainda a Lei de Responsabilidade Social, de autoria do senador Tasso Jereissati (PSDB), um dos nomes que foram cotados para figurar como vice na chapa. O projeto prevê reformulação dos programas sociais, metas para a queda da taxa geral de pobreza e a criação uma poupança para famílias vulneráveis.
A ex-senadora garantiu que o valor de R$ 600 mensais deve continuar sendo pago às famílias mais vulneráveis. A ideia é que o programa de transferência de renda ajude na compra de alimentos e outros itens de necessidade básica.
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Fonte: IG Política