Equipes da Polícia Civil de Sergipe, com o apoio da Polícia Civil do Mato Grosso, deflagraram nesta quarta-feira (19), em Cuiabá (MT) e São Paulo, a Operação Siriema. A investigação teve início em agosto de 2021, quando um homem de Itabaiana registrou boletim de ocorrência noticiando ter sido vítima de estelionato qualificado pela fraude eletrônica. Até o momento, seis pessoas foram presas.
O trabalho realizado nesta quarta-feira tem como objetivo tirar de circulação uma organização criminosa especializada na aplicação de golpes virtuais em praticamente todo o território nacional.
O começo da investigação foi possível depois que um morador de Itabaiana relatou ter sido vítima de golpe. Ele ofertou sua motocicleta na venda pela internet. Em seguida, foi contatado pelo golpista através do WhatsApp e, mediante emprego de argumento ardiloso, foi induzido a entregar o veículo a terceiro interessado. Sofrendo, assim, prejuízo de aproximadamente R$ 12 mil.
De acordo com o delegado Antonio Gledson, a investigação teve início no mês de agosto de 2021. “A vítima noticiou que teria colocado uma motocicleta à venda e um golpista teria entrado em contato, promovendo o encontro com um terceiro interessado, que seria o comprador do veículo. O golpista, residente do Mato Grosso, ludibriou os dois, induzindo a erro e obteve vantagem indevida”, detalhou.
Diante dos relatos colhidos, representou-se por medida cautelar específica para investigar o grupo criminoso. Durante os levantamentos, no curso da qual os analistas da Divisão de Inteligência e Planejamento Policial (Dipol) de Sergipe e da Divisão de Inteligência de Mato Grosso encontraram indícios do envolvimento da titular da conta beneficiária, juntamente com um filho dela, ambos residentes em Cuiabá/MT.
Na sequência, os investigadores sergipanos aprofundaram a investigação com emprego de técnicas especializadas. E com o avanço do trabalho feito pela Dipol e da Polícia Civil do Mato Grosso foi identificada vasta rede criminosa que atuava desde 2020, ao menos, aplicando golpes virtuais em vários estados do território nacional. Por fim, diante do apurado, o Judiciário decretou a prisão preventiva e busca domiciliar dos suspeitos.
Conforme Antonio Gledson, mãe e filho, residentes no Mato Grosso, foram identificados como suspeitos do crime. “E conseguimos ampliar os alvos da operação e constatamos uma organização criminosa com fluxo determinado das vantagens indevidas através de transferências entre contas bancárias de pessoas de Cuiaba e Varzea Grande, caracterizando também a lavagem de capital”, acrescentou.
O delegado Victor Hugo, do Mato Grosso, ressaltou a importância da integração das forças de segurança pública. “Conseguimos efetuar as prisões e cumprir os mandados de busca e apreensão de um crime que vem se tornando rotineiro e que tem causado um grande transtorno à sociedade. Consideramos que a operação foi um sucesso e principalmente na coleta de provas que vão subsidiar toda a investigação”, considerou.
Nome da operação
O nome da Operação lembra a Siriema, uma ave do sertão nordestino difícil de ser encontrada, mas que pode ser ouvida à distância. Foi assim que o criterioso trabalho dos investigadores chegou aos criminosos, mesmo distantes do estado de Sergipe.
Fonte: PJC MT