“Ele soca fofo, enforca errado, geme fino e ele bate fraco”: a canção viral ‘Sóca Fofo’, da artista baiana A Dama, dominou as redes sociais nas últimas semanas. Em um mês de lançamento, a faixa já acumulou 1,5 milhão de streams nas plataformas e mais de 27 mil vídeos no Tik Tok. O sucesso da música também popularizou a expressão ‘soca fofo’, termo utilizado para categorizar um parceiro ruim de cama.
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“O soca fofo é aquela pessoa que não sabe muito bem o que está fazendo e se conforma com o mínimo, não levando em conta o prazer feminino. Fazem por fazer, sem ânimo, força ou vitalidade”, explica a sexóloga e pesquisadora Alana Ferrareto.
Alana reflete que existem sinais claros de um parceiro ruim de cama: pular preliminares, ter medo de experimentar novas posições e pensar apenas no próprio prazer são indícios desse comportamento. O principal deles, para a especialista, é não querer conversar sobre. “Uma vida sexual saudável sem conversar e dialogar com o parceiro não existe.”
Para a consultora em bem-estar íntimo e sexual Paola Giacomoni ser ‘ruim de cama’ é um termo que não pode ser generalizado, já que cada indivíduo tem suas especificidades na hora do sexo. “Cada parceiro vai encontrar seu ponto de prazer e de equilíbrio, e não é incomum que no início de uma relação ambos estejam um pouco menos soltos.”
“Com o tempo e com a intimidade é possível melhorar. Mas, na minha opinião, ser ruim de cama é não estar aberto ao diálogo a novas experiências, e não se interessar pelas preferências do outro.”
Outro problema que pode afetar a qualidade do sexo de um parceiro é a rotina, principalmente para casais mais velhos. A especialista aponta que convivência, problemas familiares, falta de interesse no parceiro e a falta de intimidade podem abalar a experiência sexual do casal.
No entanto, um sexo ruim não é motivo para o fim do relacionamento: “O sexo sempre pode melhorar, o corpo está aí para ser explorado por ambos, se o casal tem diálogo aberto e tem outras afinidades, é possível reverter a situação.“
Como lidar com um ‘soca fofo’?
A melhor forma de lidar com um parceiro insatisfatório é, sem dúvidas, apostar no diálogo. A conversa honesta sobre as necessidades de cada um na hora da relação sexual é a principal forma de resolver esse problema.
“Enquanto não aprendermos a ler os pensamentos dos parceiros, como em alguns filmes da Hollywood, precisamos, sim, investir na arma poderosa do diálogo”, detalha a mestre em Sexologia Clínica e criadora da Comunidade HES de mentoria em sexualidade para homens, Katiuscia Leão.
O local e a hora da conversa são fatores importantes. O melhor momento para falar sobre o tema é, segundo as especialistas, em um momento descontraído e leve.
Nada de celular ou de redes sociais: a conversa tem de ser feita cara a cara. “Todos sabemos que a comunicação é fundamental, mas conversar pelo WhatsApp, por telefone, não é adequado para essa situação”, diz Leão.
Para a sexóloga Alana, a hora deve sempre ser pensada com cautela. “Pré, durante ou pós sexo nunca dá certo, porque, quando você diz que existe algum problema depois da relação, pode soar meio cruel, principalmente para parceiros mais inseguros. Eles nunca vão levar a sério ou conseguir escutar honestamente dessa forma. Vão se sentir julgados, totalmente julgados. Fale num momento que estiverem livres.”
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O tom da conversa, no entanto, deve ser trabalhado. “Deve ser um diálogo sem comparação, sem críticas, sem apontar os defeitos. Faça diferente, aponte os pontos que precisam ser diferentes, expresse o sentimento de prazer quando você receber um beijo, o presente que marcou, fale das emoções positivas que o outro causa em você”, explica Katiusca.
A profissional reflete que muitos homens não tiveram a chance de aprender de fato sobre a sexualidade real. “Muitos não sabem nem onde está o clitóris da mulher. Os homens não têm com quem conversar sobre sexo e, se a mulher ensina como gosta, o que gosta, essa pode ser uma oportunidade de autoconhecimento do casal, e de evoluírem juntos.”
Começar a conversa com pontos positivos é um ótimo ponto de partida. A partir daí, basta discutir alternativas e mudanças para a próxima relação sexual.
“Se ele não faz tanto oral quanto você gostaria, por exemplo, vale propor essa possibilidade para a próxima. No caso de um parceiro imediatista, tentar explicar que uma relação mais longa é melhor para você também pode dar certo”, retoma Alana.
Tentar novas posições, testar brinquedos e se aventurar em fetiches também podem trazer novos ares para o parceiro, renovando o relacionamento e, consequentemente, melhorando o sexo. “Tudo é questão de tempo. Teste e veja se, de fato, vai melhorar”, finaliza.
Fonte: IG Mulher