O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), voltou a minimizar o ‘mau humor’ do mercado financeiro nesta quinta-feira (17), durante fala no Egito, onde participa da COP27 , a conferência do clima das Nações Unidas.
Após o governo entregar a PEC da Transição e incluir a estimativa de gastar R$ 175 bilhões por ano fora do teto de gastos para o pagamento do Bolsa Família, o dólar sobe e a Bolsa cai nesta quinta.
A moeda norte-americana chegou a atingir R$ 5,53 pela manhã, e o Ibovespa opera desde a abertura em queda. Às 12h30, a Bolsa brasileira cai 1,84%, aos 108.218 pontos. No mesmo horário, o dólar é cotado a R$ 5,45, alta de 32%.
“Você tenta desmontar tudo aquilo que faz parte do social e não tira um centavo do sistema financeiro. Se eu falar isso, vai cair a Bolsa, o dólar vai aumentar? Paciência. O dólar não aumenta e a Bolsa não cai por conta das pessoas sérias, mas por conta dos especuladores que vivem especulando todo santo dia”, disse Lula .
Segundo o presidente eleito, o modelo atual do teto de gastos “tenta desmontar tudo o que é da área social”. Lula tem como prioridade manter o valor do Auxílio Brasil – que voltará a se chamar Bolsa Família – em 2023, e, para isso, é preciso furar o teto, o que o mercado não vê com bons olhos. “Não adianta só ficar pensando em dado fiscal”, mas “em responsabilidade social”, sintetizou o petista.
“O que é o teto de gastos? Se fosse para discutir que não vamos pagar a quantidade de juros do sistema financeiro que pagamos todo ano, mas mantivéssemos os benefícios, tudo bem. Mas não, tudo o que acontece é tirar dinheiro da educação, da cultura. Tentam desmontar tudo aquilo que é da área social”, completou.
O Orçamento de 2023 , desenhado pela equipe econômica do atual presidente Jair Bolsonaro , cortou recursos de diversas áreas, sobretudo na área social, então o governo eleito precisa adequar as despesas para impedir esses cortes. Por exemplo, o texto do governo Bolsonaro previa que o Auxílio seria de R$ 400 em 2023, e não R$ 600. Lula quer manter o valor atual, e para isso, naturalmente, o governo vai gastar mais do o esperado.
Fonte: IG ECONOMIA