DA ASSESSORIA
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A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) apresentou o projeto de implementação do Ambulatório Estadual do Processo Transexualizador a representantes da Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso. A apresentação ocorre após reunião de alinhamento entre gestores dos órgãos, que definiu a execução da iniciativa pela SES.
O Estado investirá aproximadamente R$ 5 milhões na implantação do Ambulatório Trans e o Governo Federal deve repassar R$ 10 mil para a manutenção mensal da unidade. Conforme estimativa apresentada pela Defensoria Pública, o atendimento será prestado a cerca de 550 usuários.
De acordo com o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, o ambulatório deve entrar em funcionamento no prazo de até 90 dias.
“O Sistema Único de Saúde (SUS) precisa acolher a população trans e dar suporte, ofertar o tratamento adequado com a atenção e dignidade que todos merecem. Em 90 dias iniciaremos os atendimentos”, disse.
O Ambulatório Estadual será referência em atendimento para todo o estado e ofertará atendimento multidisciplinar. A unidade contará com profissional clínico geral, endocrinologista, ginecologista, urologista, psiquiatra, psicólogo, enfermeiro e assistente social. Também será vinculada ao ambulatório a Farmácia Estadual, para a retirada dos componentes prescritos pelos médicos, e uma referência hospitalar para as demandas cirúrgicas.
Dentre as diretrizes do Ambulatório Trans, está o acesso e acolhimento digno e respeitoso, o combate ao preconceito institucional, a integralidade e o tratamento digno. “Estamos trabalhando para ofertar uma unidade totalmente pensada para atender as necessidades do público trans no âmbito da saúde”, disse a servidora da SES que apresentou o projeto, Alessandra Moraes.
A defensora pública Rosana Leite, coordenadora do Núcleo de Defesa das Mulheres de Cuiabá (Nudem), avaliou positivamente a iniciativa. “É uma lacuna que será suprida e que nos traz imensa felicidade pelo quanto atenderá, de fato, as pessoas que necessitam. Sem dúvidas, é um ganho imenso para os Direitos Humanos”, pontuou.
Vidas trans
Hadassa Luz, de 36 anos, é uma mulher trans e vive o processo de transição há 3 anos. Para ela, a iniciativa do Estado de centralizar os atendimentos em um ambulatório é muito benéfica.
“Tínhamos a ânsia pelo Ambulatório Trans, já pedimos, fomos a diversos lugares buscando esse atendimento e agora a SES trouxe essa proposta e eu creio que será muito benéfico para a nossa população. Vai atender milhares de pessoas que não têm sequer o conhecimento do que é necessário para iniciar a transição”, avaliou.
Já Ian Antony, de 25 anos, é um homem trans que vive o processo de transição há 7 anos e desde 2017 luta pela implementação do Ambulatório Trans em Mato Grosso.
“Essa é uma luta minha e dos demais rapazes há muito tempo, então eu fico muito contente que o Governo do Estado esteja finalmente nos atendendo. Isso pode preservar a vida de vários outros colegas, então é só felicidade”, finalizou.