DA REDAÇÃO/ MAK LUCIA
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O projeto enviado de última hora para aprovação da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), nesta quarta-feira, 31 de maio, fez o deputado estadual Wilson Santos (PSDB), voltar no mesmo voo que foi a Brasília para tratar de assuntos políticos.
O texto em questão proíbe o transporte, armazenamento e comercialização de peixes pescados nos rios em Mato Grosso durante 5 anos. O deputado pediu vistas e a PL será votada nesta quinta-feira, 1º de junho.
Defensor assíduo dos pescadores ribeirinhos, Wilson usou a tribuna para tecer duras criticas ao Governo que propôs a PL que se aprovado começa a valer a partir de 1º de janeiro de 2024.
O parlamentar chegou a dizer que aproveitaram da sua ausência para tentar aprovar a matéria em regime de urgência, urgentíssima, “a toque de caixa”.
“Paguei R$ 2 mil numa passagem só de volta de Brasília, porque eu fui surpreendido com isso. O governo deveria ter chamado, não só o deputado Wilson, mas a todos os deputados. E não aproveitar a minha ausência e encaminhar uma mensagem em regime de emergência, coletar assinatura dos deputados que nem sabiam o que estavam assinando”, disse Wilson, em tom de decepção.
Segundo o texto do projeto (80/2023), a lei se aprovada abre brechas para a modalidade e “pesque e solte” e a pesca de subsistência nos rios de Cuiabá. Além disso, garante um auxílio financeiro aos pescadores profissionais artesanal por três anos e de forma gradativa e qualificação profissional.
Conforme o Governo do Estado o projeto de lei do “transporte zero”, poderá mais do que dobrar o turismo da pesca esportiva no estado, com atração de milhares de turistas e geração de empregos.
Conforme o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, o número de turistas que vinham a Mato Grosso fazer pesca esportiva começou a diminuir drasticamente por conta da falta de peixes nos rios, reflexo da pesca predatória.
“Esses turistas começaram a migrar para o Amazonas e para a Argentina. Perdemos grande parte dessa fatia do turismo da pesca esportiva para esses dois lugares, porque lá tem peixe e aqui ou não tem peixe ou não tem na medida que eles procuram. Então muitos hotéis e pousadas passaram a atuar com menos lotação ou até fecharam. Houve uma desaceleração de todo o segmento”, explicou.
Para o secretário, o projeto do transporte zero é fundamental para que os rios voltem a ser povoados pelos peixes e, assim, a pesca esportiva possa ser retomada com força em Mato Grosso.
“O projeto não proíbe a pesca. Quem quiser pescar, poderá pescar e comer o peixe na beira do rio. Agora, com a proibição do transporte, em um ou dois anos veremos os rios com muito peixe novamente e aumentaremos o volume de turistas querendo vir a Mato Grosso. Podemos dobrar esse número de turistas e retomarmos com força o turismo de pesca, que tem potencial para ser um dos principais segmentos econômicos no estado”, completou.