O governador Mauro Mendes (DEM) disse, em entrevista coletiva logo após a posse, nesta terça-feira (1º), que a situação do Estado é muito pior do que ele imaginava e por isso os mato-grossenses vão atravessar uma fase duríssima e um mês de janeiro “sombrio”.
A surpresa, contou Mauro à imprensa, veio porque secretário de Fazenda, Rogério Gallo, palavras do governador, é um homem ético, que se recusou a transgredir regras e por isso não delineou as ações que tomaria até que findasse a administração Pedro Taques (PSDB). “Por questão de ética, deixei de despachar com o secretário Rogério Gallo, que hoje toma posse, na condição de secretário desta administração que se encerra. Não adiantei nenhuma conversa nesse sentido com ele. A partir de amanhã (quarta-feira, 2), e será uma das primeiras audiência que terei, sentaremos e tomarei definitivamente pé do caixa do Estado”.
Como também fez seu antecessor, o novo governador pediu “paciência” e “tempo” à imprensa e à população mato-grossense para poder dizer qual é a realidade das contas públicas, mas adiantou um “quadro de terror”. “Tenho informações da equipe de transição de que a realidade é duríssima. Muito pior daquilo que imaginamos ou conhecemos. Iremos ao longo dos próximos dias fazer um grande diagnóstico”.
“Não posso adiantar nada sobre essa realidade. Mas as informações que temos é que a situação do Estado tende a piorar neste mês de janeiro”, resumiu o novo chefe do Executivo.
Segundo ele, todos os secretários foram convocados a despachar com ele para que todos “foquem nas tarefas e ações dentro das secretarias” para completar os tais exames e qual tratamento será administrado para que Mato Grosso “saia da UTI”. “O pilar central, a mais importante das nossas metas, é equilibrar receita e despesa e aí sim [fazer] sobrar dinheiro para os investimentos”.
Mauro adiantou, porém, que cortes serão inevitáveis para atingir esse objetivo de readequação de gastos. Entre eles, está o de servidores públicos. “Entre cargos comissionados, contratados e funções gratificadas, mais de três mil serão eliminados já no início da nossa administração em fevereiro”.
Segundo Mauro Mendes, Mato Grosso passará por algo semelhante a um “plano de recuperação judicial”. Porém, evitou dar um prazo para que o Estado saia da crise e possa ampliar os investimentos nos setores considerados essenciais.
“Mato Grosso deve os servidores, praticamente 100% dos seus fornecedores, aos poderes, aos municípios, deve para a saúde uma quantidade muito grande. O Estado hoje precisa de algo semelhante a uma recuperação judicial. Esse plano, vamos detalhar internamente aos secretários, com participação do Otaviano, mas não dá para estabelecer prazo. Não é uma tarefa simples ou fácil”, assinalou.