O secretário de Estado de Fazenda Rogério Gallo, responsável pela Pasta desde a gestão Pedro Taques (PSDB) e mantido no cargo pelo atual governador Mauro Mendes (DEM), tem enfrentando forte rejeição do eleitorado do democrata que o responsabiliza pela incapacidade do Governo anterior em promover o equilíbrio das contas públicas. Em entrevista exclusiva ao Olhar Direto, Gallo rebateu as críticas e defendeu medidas de combate à corrupção adotadas pelo ex-chefe do Executivo. “Se o governador Mauro me convidou para continuar, certamente viu em mim valor técnico”.
“A gente não é secretário de Governo, a gente é secretário de Estado. Eu não tenho esse olhar, porque eu não rotulo as pessoas. Se o governador Mauro me convidou para continuar, certamente ele viu que tinha em mim uma confiança e também valor técnico. Eu vejo isso com absoluta naturalidade, é algo que também está acontecendo no âmbito federal. O secretário do Tesouro Nacional do Governo Bolsonaro será o mesmo secretário do Tesouro do Governo Temer. É um desafio particular, pessoal, de dar continuidade a um trabalho e dialogando com números que às vezes são difíceis mesmo de compreender. Mas para mim é também motivador nesse aspecto”, avaliou o secretário, momentos antes de ser empossado novamente, na última terça-feira (01).
Gallo assumiu a Fazenda em janeiro de 2018, em substituição a Gustavo de Oliveira, com o compromisso de não aumentar a carga tributária do Estado e endurecer o combate à sonegação fiscal, trabalho que já vinha executando enquanto procurador-geral do Estado.
Enquanto chefe da Procuradoria do Estado, Gallo foi reponsável pela realização de dois mutirões fiscais. O último, realizado no final de 2017, arrecadou quase R$ 100 milhões para os cofres do Executivo. Procurador de carreira, Gallo assumiu a PGE quando o então procurador-geral, Patrick Ayala, pediu exoneração do cargo ao governador.
Questionado sobre o Governo Pedro Taques, Gallo considerou que o ex-governador fez o que podia ser feito naquele momento. “O governador conseguiu fazer o que se propôs a fazer, que foi combater corrupção. De fato, foram economizados muitos recursos, quase R$ 1 bilhão. E colocou também o CIRA para funcionar, que permitiu uma arrecadação de mais R$ 1 bilhão. Poderíamos estar em uma situação ainda pior se não houvesse um Governo que tivesse adotado medidas como essa. Então, tem seu mérito, tem seu valor. Ele contribuiu sim com o Estado”.
Já na atual gestão, Gallo foi responsável por comunicar aos servidores, na última sexta-feira (05), que os salários seriam novamente escalonados. A informação provocou frenesi no funcionalismo, que em partes considerou um equivoco a manutenção do secretário na Pasta.
Sem se deixar abalar pelas críticas, Gallo reforçou a necessidade de promover o ajuste fiscal do Estado e afirmou que é nesta linha que continuará atuando. “Nós precisamos promover esse ajuste, orientar nossas despesas para o futuro para que elas sejam de fato aumentadas de acordo com aquilo que é possível o Estado suportar. Foi isso que não foi feito no passado. Nós precisamos ter legislações claras com relação a isso”.