A empresária Regina Viveiros, mãe do cantor sertanejo Ramon Alcides Viveiros, de 25 anos – vítima de um atropelamento em frente à Valley Pub, em Cuiabá –, afirmou que as córneas do filho deverão ser doadas para algum mato-grossense.
Ramon, que era filho do procurador de Justiça Mauro Viveiros, do Ministério Público Estadual (MPE), foi atropelado no dia 23 de dezembro e teve a morte cerebral decretada cinco dias após o acidente. Por ter diagnóstico de morte encefálica, a família de Ramon Alcides pode escolher pela doação de órgãos.
“As córneas dele devem permanecer no banco de olhos daqui. Então, alguém aqui da nossa terra vai estar olhando – o Estado que tanto amo – pelos olhos do meu filho”, disse a mãe do jovem nos Stories de sua página no Instagram.
Após divulgar que os órgãos seriam doados, Regina conta que pessoas a questionaram a respeito de para onde e quem iria receber os órgãos de Ramon.
“É uma informação que eu não busco e não sei se procurarei buscar. Isso depende também da decisão dos meus filhos, mas são informações sigilosas. Nesse momento, para mim, isso é irrelevante. O que importa, e peço que façam o mesmo, é que orem pelas pessoas que receberam os órgãos, para que se recuperem, para que o transplante tenha sucesso, que eles possam ser felizes e tocarem a vida”, disse.
O corpo de Ramon Viveiros foi cremado após a doação de órgãos.
Desejo do filho
Em outra sequência de vídeos também gravados por Regina dias atrás, ela conta que a doação de órgãos era um desejo que já havia sido expressado pelo filho.
“Saber que pedacinhos dele salvaram vidas, secaram lágrimas de pessoas, de mães, deram oportunidade para mães ou pais verem os filhos crescerem, verem os netos, coisa que foi tirada de mim, me alivia, me dignifica e é patrimônio para a alma do meu filho”, disse.
O acidente
O cantor e outras duas jovens foram atropelados pela bióloga Rafaela Ribeiro, que conduzia um Renault Duster Oroch. A universitária Myllena de Lacerda Inocêncio, de 22 anos, morreu no local, e a estudante de Direito Hya Girotto, de 21 anos, encontra-se internada na UTI do Hospital Geral Universitário, na Capital.
Segundo a Polícia Civil, a bióloga seguia pela faixa de rolamento da esquerda quando, nas proximidades da Boate Valley Pub, atropelou os pedestres.
Com sinais de embriaguez, a mulher foi detida pela PM e se negou a fazer o exame de “bafômetro”.
Diante disso, uma equipe da Polícia Civil elaborou ainda no local um “auto de constatação de embriaguez”, que aponta sinais aparentes de ingestão de álcool.
Ela foi conduzida para a Central de Flagrantes para a tomada de medidas criminais e administrativas.
Após ficar detida por um dia, a bióloga passou por audiência de custódia e foi liberada mediante pagamento de fiança de R$ 9,5 mil.