São Paulo, 17 – A exportação do agronegócio paulista alcançou US$ 16,41 bilhões em 2018, o que corresponde a uma queda de 12,9% em relação ao ano anterior (US$ 18,83 bilhões). Já as importações do setor no período ficaram estáveis em US$ 4,92 bilhões. Com isso, o saldo comercial do agronegócio paulista em 2018 foi superavitário em US$ 11,49 bilhões, queda de 17,4% ante 2017 (US$ 13,91 bilhões). A análise é de pesquisadores do Instituto de Economia Agrícola (IEA/Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
“Há que se destacar que as exportações paulistas nos demais setores da economia – exclusive o agronegócio – somaram US$ 35,85 bilhões em 2018, e as importações US$ 55,91 bilhões, gerando um déficit externo desse agregado de US$ 20,06 bilhões. Desta forma, conclui-se que o déficit do comércio exterior paulista só não foi maior por causa do desempenho do agronegócio estadual, cujo saldo se manteve positivo (US$11,49 bilhões)”, ressaltam em comunicado os pesquisadores do IEA, José Alberto Angelo, Carlos Nabil Ghobril e Marli Dias Mascarenhas Oliveira.
Os cinco principais grupos nas exportações do agronegócio paulista, em 2018, foram: complexo sucroalcooleiro (US$ 5,00 bilhões), seguido do setor de carnes (US$ 2,13 bilhões), sucos (US$ 1,96 bilhão), produtos florestais (US$ 1,88 bilhão) e complexo soja (US$ 1,72 bilhão). Esses cinco agregados representaram 77,4% das vendas externas setoriais paulistas.
Em relação aos destinos das exportações do agronegócio paulista em 2018, a liderança passou a ser a China (17,4% de participação), ultrapassando a União Europeia (17,2%), que anteriormente estava na liderança e agora ocupa a segunda posição. Na sequência aparecem os Estados Unidos (11,9%), Hong Kong (3,1%) e Irã (2,8%).
Conforme o estudo, observa-se uma diferenciação na composição das pautas dos principais parceiros comerciais do agronegócio paulista. A China importa principalmente produtos do complexo soja e de carnes, enquanto a União Europeia tem pauta mais diversificada, com destaque para os sucos (basicamente laranja) e os produtos florestais.
Os Estados Unidos apresentam também pauta bastante dispersa, sendo os sucos, o complexo sucroalcooleiro, as carnes e os produtos florestais os grupos de produtos mais exportados para os norte-americanos. Da quarta posição (Hong Kong) até o oitavo lugar (Arábia Saudita) no ranking dos importadores, todos têm acima de 80% de representatividade do complexo sucroalcooleiro, incluindo nesse grupo de países como Irã, Japão e Coreia do Sul.
Em relação ao agronegócio brasileiro, as exportações setoriais de São Paulo em 2018 em comparação com o ano anterior representaram 16,1%, menos 3,5 pontos porcentuais ante 2017, enquanto as importações representaram 35%, sendo 0,2 ponto porcentual superior à representatividade verificada em 2017.