Mauro teme rebelião e atentados por falta de comida em cadeias

O governador Mauro Mendes (DEM) está preocupado com uma possível rebelião em presídios de Mato Grosso, pois o Governo está com dificuldades de pagar as empresas que fornecem comida aos detentos, devido à crise financeira nas contas públicas do Estado. Segundo Mauro, os líderes das facções podem ordenar uma onda de ataques pelas cidades de Mato Grosso, assim como acontece no Estado do Ceará.

Mauro falou sobre situação durante uma reunião com empresários, no início desta semana, no Palácio Paiaguás. Na oportunidade ele foi questionado sobre a série de medidas, como o aumento de impostos às empresas, para tirar Mato Grosso da crise.

 “Claro que a mudança de tributação gera desconfiança, concordo com os senhores. Mas o que mais gera insegurança e espanta investidor é um estado que não cumpre o seu papel. Daqui a pouco, se nós não pagarmos a comida dos presos vai ter rebelião em Mato Grosso. Vai morrer gente. Aí os caras [líderes de facções] vão determinar, por falta de comida lá dentro o mesmo que vem acontecendo no Ceará. Isso sim é muito pior para o Estado”, destacou o gestor.

No Ceará os ataques tiveram início em 2 de janeiro depois que o governo aumentou a fiscalização para impedir a entrada de celulares nas cadeias, além de proibir que presos da mesa facção ficassem reunidos em uma mesma ala, como forma de desarticular o crime organizado.

Irritados com as medidas, os principais líderes de facções já ordenaram mais de 150 atentados em várias cidades do Ceará, como incêndio a ônibus, explosão de pontes, disparos em agências bancárias e ataques a prédios públicos.

Para evitar uma situação semelhante em Mato Grosso, Mauro tenta recuperar as finanças do Estado e pagar os fornecedores da Segurança Pública e de outras áreas.

Uma das principais medidas para gerar economia e aumentar a arrecadação dos cofres públicos é o ‘pacotão’ de projetos de lei que foi enviado para aprovação dos deputados na Assembleia Legislativa.

A equipe econômica do Governo pretende reduzir secretarias, demitir mais de 3 mil cargos comissionados e extinguir seis empresas públicas. Outro projeto importante – na avaliação do Governo – é a cobrança do imposto do novo Fethab, que pode aumentar a arrecadação do Estado em mais de R$ 900 milhões.

Além disso, Mauro também enviou à Assembleia um decreto de calamidade financeira que também precisa ser aprovado pelos parlamentares.

Com o decreto, ele espera flexibilizar a vinda do FEX [Auxílio Financeiro para Fomento das Exportações], no valor de R$ 500 milhões, através de um crédito suplementar do Governo Federal.  A medida também ajudará o Governo a renegociar empréstimos bancários, principalmente com o Bank Of America, no valor de R$ 250 milhões por ano.

De acordo com Mauro, o déficit nas contas públicas é de R$ 3,9 bilhões em 2019.

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