O pedido de demissão de Nelson Teich do ministério da Saúde provocou rápida reação entre as mais diferentes personalidades políticas. As críticas recaíram especialmente sobre o presidente Jair Bolsonaro, principalmente entre os governadores.
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), fez um longo discurso atacando o presidente em sua entrevista no Palácio dos Bandeirantes e disse que ele coloca o país em um “caldeirão interminável de intriga” em meio ao combate à pandemia do novo coronavírus.
“O Brasil acorda assustado com as crises diárias de agressões a democracia, ao Congresso, ao STF, a imprensa, agressões a ministros do seu próprio governo. Como senhor fez e continua fazer. Fez com Bebbiano, com Santos Cruz, com Sergio Moro , fez com Mandetta e fez agora com Nelson Teich. Presidente, governe. administre o seu país com equilíbrio, paz no coração, discernimento e grandeza. Pare com as agressões, de colocar o país em um caldeirão interminável de intriga. O país precisa estar em paz”, completou.
Depois, ele tuitou que o “barco está à deriva”.
Nas redes sociais, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC) também se manifestou, dizendo que a interferência do presidente atrapalha o combate à pandemia.
“Minha solidariedade, ministro Teich. Presidente Bolsonaro, ninguém vai conseguir fazer um trabalho sério com sua interferência nos ministérios e na Polícia Federal. É por isso que governadores e prefeitos precisam conduzir a crise da pandemia e não o senhor, presidente”, escreveu.
O governador do Maranhão, Flavio Dino (PCdoB), disse que a “confusão que Bolsonaro cria é única no planeta”.
“A confusão que Bolsonaro cria é única no planeta. Espero que as instituições julguem o quanto antes a produção de tantos desastres, entre os quais a demissão de DOIS ministros da Saúde em meio a uma gigantesca crise sanitária. O Brasil merece uma gestão séria e competente”, escreveu.
Outros governadores que se manifestaram nas redes sociais também fizeram críticas a Bolsonaro. Veja abaixo:
Camilo Santana, governador do Ceará:
Renato Casagrande, governador do Espírito Santo:
Rui Costa, governador da Bahia:
Inaceitável. Plena #pandemia, em 30 dias, dois ministros da Saúde demitidos por não aceitarem seguir as orientações médicas de um presidente que nada entende de Saúde. O país exige respeito à vida, à medicina e à ciência.
— Rui Costa (@costa_rui) May 15, 2020
Waldez Góes, governador do Amapá:
A demissão do ministro Teich em menos de 30 dias aumenta ainda mais a insegurança quanto ao enfrentamento à pandemia do coronavírus, que deveria ser coordenado pelo governo federal.
— Waldez Góes (@waldezoficial) May 15, 2020
Wellington Dias, governador do Piauí:
O país tem que encontrar o seu rumo, não é razoável a decisão de mudar dois ministros em tão poucos dias, especialmente quando estes ministros anunciam um conjunto de medidas pactuadas com estados, municípios, ciência, autorizando pesquisa, autorizando compra de equipamentos.
— Wellington Dias (@wdiaspi) May 15, 2020
Haddad ironiza
A saída de Teich também provocou reação entre adversários de Bolsonaro nas últimas eleições. Fernando Haddad (PT) se manifestou com ironia, enquanto Ciro Gomes (PDT) preferiu uma crítica direta. João Amoedo (Novo) e Guilherme Boulos (PSOL) também se manifestaram
Moro e Mandetta se manifestaram indiretamente
Cenário difícil, em plena pandemia, 13993 mortes até ontem. Números crescentes a cada dia. Cuide-se e cuide dos outros.
— Sergio Moro (@SF_Moro) May 15, 2020
Oremos. Força SUS. Ciência. Paciência. Fé! #FicaEmCasa
— Henrique Mandetta (@lhmandetta) May 15, 2020
Parlamentares e partidos também se manifestam
Entre os parlamentares, a oposição também focou as críticas em cima de Bolsonaro, enquanto deputados da base de apoio acenaram que a mudança pode ajudar no combate à pandemia do coronavírus com a nomeação de um ministro mais alinhado com o presidente, principalmente em relação ao uso da cloroquina.
Confira algumas manifestações abaixo:
Marco Feliciano (Republicanos-SP), deputado:
Felipe Rigoni (PSB-ES), deputado:
Alessandro Molon, (PSB-RJ), deputado:
Tabata Amaral (PDT-SP), deputada:
Carla Zambelli, (PSL-SP), deputada:
Quanto aos partidos, PT, PSDB e Novo, entre outros, se pronunciaram: