DA REDAÇÃO / MATO GROSSO MAIS
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Os carteiros do Centro de Distribuição Domiciliar (CDD) dos Correios em Várzea Grande suspenderam a greve e retornam ao trabalho hoje, segunda-feira, depois de 24 dias parados.
“Nós conseguimos nosso objetivo maior que foi o de denunciar os crimes cometidos na unidade”, disse o secretário de finanças do Sintect-MT e carteiro no CDD/VG , Luciano Gomes, acrescentando que “a denúncia foi concretizada num dossiê protocolado na Polícia Federal em “denuncia crime com pedido de investigação”.
O movimento grevista começou dia 15 de março depois que sete carteiros foram proibidos de entregar cartas de bicicletas. Eles passaram a fazer serviço interno e as bicicletas foram recolhidas. Com isso as correspondências, cartas, encomendas acumulavam e a prestação do serviço foi precarizado ainda mais.
Segundo Luciano, desde o início, a preocupação deles foi explicar à população de Várzea Grande, conversando com os clientes e as clientes, “que se a encomenda dele ou dela não tá chegando a culpa não é do carteiro”. Por isso, lembra no primeiro dia foi lançada uma Carta Aberta à População de Várzea Grande, onde “alertamos que a carta, encomenda, sedex e outros estavam amontoados dentro da Unidade por causa da proibição dos sete carteiros saírem à rua para entregar as encomendas”, disse Luciano Gomes.
Segundo o movimento sindical ecetista, a interrupção do serviço com bicicleta faz parte do chamado projeto de padronização do processo produtivo, que traz sob o discurso de “revitalização” cortes orçamentários e o sucateamento da estatal..
Assim, a proibição dos sete carteiros de entregar correspondências nas casas também gerou acúmulo de serviço aos carteiros que entregam de motos.
Na segunda semana, os carteiros de moto decidiram fortalecer o movimento grevista e ao invés de sete carteiros a greve foi potencializada e passou a contar com 23 carteiros.
A suspensão da greve às 18 horas da última sexta-feira, 8 de abril, foi comunicada à superintendência em ofício onde informam também o retorno ao trabalho se deu a partir das 7 horas desta segunda-feira.
“Fizemos uma greve diferente, não lutamos por melhorias salariais; nossa preocupação sempre foi fazer valer o direito da população várzea-grandense de receber suas encomendas em casa, por isso o nome é centro de distribuição domiciliar”, observou Luciano Gomes.
Os trabalhadores comunicaram ainda a superintendência regional dos Correios que eles permanecem em estado de greve e mantém a assembleia geral permanente.
O que isso significa? Significa que as trabalhadoras e trabalhadores alertar sobre a possibilidade de retorno à greve. “Em estado de greve permanente vamos continuar com o nosso processo de mobilização, de negociações”, disse Luciano Gomes.
No comunicado à empresa, os trabalhadores alertam também que não “aceitarão retaliação e/ou qualquer tipo de perseguição, através de abertura de processos administrativos com desvio de finalidade, não aceitarão continuidade de assédio moral e sexual cometidos pelo gestor do CDD Várzea Grande”. Os trabalhadores ainda que “o gestor tenha sido afastado unidade para que os fatos denunciados sejam apurados com a maior lisura”.