Os primeiros repasses do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, para os candidatos à disputa eleitoral deste ano priorizaram aliados próximos do presidente. Com a primeira semana da campanha nas ruas, o PL registrou repasses de R$ 2,5 milhões do fundo eleitoral para as candidaturas à reeleição do deputado federal Eduardo Bolsonaro (SP) e da deputada federal Carla Zambelli (SP), além do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda, que também tentará uma vaga na Câmara.
O filho do presidente recebeu R$ 500 mil, enquanto Zambelli e Arruda tiveram depositados em suas contas R$ 1 milhão. O limite para gastos para candidatos a deputado federal nestas eleições é de R$ 3,1 milhão.
Deputado federal mais votado em 2018 com 1,8 milhão de votos, Eduardo é o único filho do presidente a disputar as eleições deste ano. A expectativa do PL é que ele repita o êxito das eleições passadas e ajude a aumentar a bancada federal da legenda por São Paulo. Naquele ano, Eduardo, então filiado no PSL, declarou ter recebido do R$ 217 mil, sendo apenas R$ 65 mil do partido.
Outra aposta de votação recorde pela cúpula da legenda é Carla Zambelli, que recebeu o dobro do valor de Eduardo. Zambelli é vista como uma das referências do bolsonarismo e, ao longo do mandato, reforçou a proximidade com o presidente da República. Em 2018, a deputada mais votada do país foi Joice Hasselmann (PSDB), na época aliada de Bolsonaro, com mais de 1 milhão de votos. A expectativa é que Zambelli herde os votos de Joice, que rompeu o atual chefe do Palácio do Planalto ainda em 2019.
O ex-governador José Roberto Arruda também recebeu R$ 1 milhão. Ele se lançou candidato a deputado federal após um acordo selado com Bolsonaro para que desistisse de concorrer ao governo do Distrito Federal e apoiasse a reeleição do atual governador Ibaneis Rocha (MDB).
Com esta aliança, a ex-ministra da Secretaria de Governo e deputada Flávia Arruda é a candidata ao Senado do grupo. Ela também já recebeu repasses do PL no valor de R$ 1,5 milhão para fazer sua campanha, o segundo maior até agora.
Até agora, o PL destinou R$ 15,2 milhões para 17 candidaturas. O maior montante, no valor de R$ 6 milhões, foi repassado para o ex-ministro e deputado federal Onyx Lorenzoni, candidato ao governo do Rio Grande do Sul.
Entre a lista de contemplados do PL está o deputado federal Tiririca, que chegou a dizer que ia desistir da candidatura após perder o número de urna para Eduardo Bolsonaro. Não desistiu e já recebeu R$ 500 mil para fazer campanha.
Tiririca estreou nas urnas nas urnas em 2010 com o bordão “Pior que está não fica”. Na ocasião, foi o mais votado do país, com 1,3 milhão de votos. Graças à votação dele, o PL (na época, PR) conseguiu mais quatro cadeiras na Câmara. Em 2014, o artista perdeu votos, mas ainda assim somou 1 milhão de votos. Já em 2018, o parlamentar se reelegeu por São Paulo com 455 mil votos.
Embora hoje tenha a maior bancada na Câmara, com 77 deputados, o PL tem apenas a sétima maior fatia do fundo eleitoral, com R$ 283,22 milhões. O valor é considerado insuficiente por dirigentes da legenda para bancar todas as campanhas. Por isso, apostam nas doações de pessoas físicas para complementar o caixa.
PT prioriza candidato ao governo da Bahia
Até a tarde deste sábado (20), a direção nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) havia destinado R$ 24,6 milhões a 32 candidatos. Na liderança do ranking de beneficiários está o candidato ao governo da Bahia, Jerônimo Rodrigues Souza, que recebeu R$ 1,75 milhão do fundo eleitoral.
Ex-secretário de Educação da gestão estadual, Jerônimo foi escolhido como o nome para suceder o atual governador petista Rui Costa após diversos conflitos internos no PT da Bahia, mas era pouco conhecido do eleitorado baiano.
Em seguida, os que mais receberam recursos foram 15 candidatos a deputado federal, com R$ 1 milhão cada. Entre eles, um dos coordenadores da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva, o deputado federal Paulo Pimenta, que concorre à reeleição pelo Rio Grande do Sul, além de expoentes do partido, como o deputado José Guimarães, do Ceará, e Patrus Ananias, que concorre por Minas Gerais. O deputado Vander Loubet (MS), que foi alvo da Lava-Jato e acabou absolvido pelo Supremo Tribunal Federal, também foi contemplado com R$ 1 milhão.
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Fonte: IG Política