O núcleo de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) aposta em três momentos-chave da disputa eleitoral para acelerar o crescimento nas pesquisas de intenção de voto e reduzir a diferença para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que aparece à frente nos levantamentos. O primeiro deles é a entrevista desta segunda-feira no Jornal Nacional , da Rede Globo, a partir das 20h30. A sabatina pela qual o candidato será submetido é considerada fundamental por estrategistas para Bolsonaro conseguir furar a bolha ao defender suas ideias no telejornal de maior audiência do país.
Outros momentos que para a campanha podem mudar o rumo da corrida presidencial são os debates na televisão e as manifestações de 7 de Setembro, para as quais Bolsonaro tem convocado a militância. A expectativa dos estrategistas da campanha era que o presidente já aparecesse empatado com Lula já no início das propagandas na televisão, que começam no próximo sábado, dia 27.
Pesquisa Datafolha divulgada na última quinta-feira, porém, mostra Lula 15 pontos à frente na disputa pela Presidência, com 47% das intenções de voto, enquanto que Bolsonaro é escolhido por 32%. Considerando os votos válidos, o petista teria 51% e poderia vencer no primeiro turno se a eleição fosse hoje.
O primeiro debate presidencial ocorrerá no próximo domingo na TV Band, mas Bolsonaro ainda não confirmou presença. O entorno do presidente está dividido sobre a participação do atual chefe do Executivo. O desempenho nesta noite no Jornal Nacional e como a campanha vai explorar sua participação podem ajudar a definir a questão.
De um lado, ministros como Ciro Nogueira (Casa Civil), Fábio Faria (Comunicações) e Paulo Guedes (Economia) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), coordenador a campanha, receiam que a ida de Bolsonaro ao debate poderá ter resultado negativo por ele se tornar o alvo principal de todos os candidatos. De outro, o coordenador de comunicação Fabio Wajngarten, o vereador Carlos Bolsonaro e outros assessores defendem que confronto entre candidatos é uma oportunidade para o presidente defender o governo para fora do bolsonarismo e usar o espaço para fazer comparações com Lula, seu principal adversário.
A avaliação do grupo pró-debate é que Bolsonaro, como saldo final, se sai bem ao vivo e tem usado como exemplo as participações dele em podcasts. Já outra ala argumenta que o presidente fica vulnerável em tropeçar nas próprias declarações e dar munição aos adversários.
Para conseguir avançar nas pesquisas, Bolsonaro foca principalmente em atrair o eleitorado feminino e jovem. Além disso, tenta capitalizar entre os eleitores beneficiários do Auxílio Brasil, que substituiu o Bolsa Família. Enquanto a sabatina e os debates podem ajudar Bolsonaro a furar bolha de eleitoral, na avaliação de integrantes da campanha as manifestações de 7 de Setembro têm como função principal mobilizar os eleitores do presidente e demonstrar força a menos de um mês da eleição. Bolsonaro frequentemente costuma questionar as pesquisas eleitorais dizendo que tem o respaldo das ruas.
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Fonte: IG Política