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Empresa de festas é acusada de discriminar pessoas negras

Em sua denuncia, Letícia Oliveira narra os acontecimentos do evento e o descaso com que foi tratada com seus amigos
Reprodução/Instagram

Em sua denuncia, Letícia Oliveira narra os acontecimentos do evento e o descaso com que foi tratada com seus amigos

“Pagode só para brancos?”, essa é uma parte do título da denúncia feita por Letícia Oliveira em seu Instagram. No post feito nesta terça-feira (30), ela conta ter sido vítima de atitudes racistas por parte dos funcionários da empresa Festa Mel e que, ao reclamar da conduta deles, suas reclamações foram ignoradas pelo produtor da festa.

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O incidente ocorreu no domingo (21), durante uma edição especial da Festa Mel com o tema pagode, onde Leticia e seus amigos foram para comemorar o aniversário dela. Entretanto, logo na entrada do evento eles começaram a sofrer discriminações. 

“Ao chegar à festa, duas amigas desistiram de entrar e pediram para buscar a mochila no carro do meu irmão. O Mateus, que já estava identificado com a pulseira da festa, pediu para a moça que controlava a entrada para buscar a mochila e retornar. A mesma confirmou e só pediu para avisar aos seguranças… todos nós esperávamos por ele na porta. Enquanto eu me despedia das amigas, o Mateus foi barrado de entrar na Festa Mel, mesmo com a identificação e a confirmação dos seguranças. A host alegou ‘não lembrar”… enquanto isso inúmeras pessoas brancas entravam e circulavam na festa sem sequer ter a confirmação se elas estavam com a pulseira”, escreveu a mulher. 

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Além deste momento de constrangimento, Letícia  também afirma que duas horas depois do ocorrido, ela foi abordada por um homem que disse que a festa era apenas para pessoas brancas. Indignada com o ocorrido, ela e mais duas colegas procuraram o produtor da festa, Almir Rosa, com quem elas conversaram por cerca de 30 minutos. Segundo a mulher, elas relataram a ele tudo que havia acontecido até o momento, mas nenhuma medida foi tomada pelo produtor. 

“E por diversas vezes me questionei o porquê estava recebendo esta agressão gratuitamente, apenas por existir. A omissão dói tão intensamente quanto, pois me colocou neste mesmo lugar de questionamento. Numa sociedade em que tanto se discursa e posta sobre POSICIONAMENTOS, ainda é raro ver em atitudes e ação o que se prega. Eu comecei essa reflexão por mim mesma. Nesta situação, o silêncio era um lugar de conforto. Sempre me posicionei contra. Primeira vez que estou expondo em voz alta”, desabafou na legenda do post. 

Em uma conversa com o IG Delas, Letícia questiona o posicionamento de empresas que se dizem diversas, mas quando é preciso que exista um posicionamento e uma atitude responsável, elas se comportam de forma evasiva. 

“Escolhi festejar neste evento, pois a primeira vista era um local seguro. Vimos da pior forma possível que não é. Reportar a produção/organização também não foi eficaz, é um fato. Não houve posicionamento. De que adianta fazer a divulgação de um evento reforçando pautas importantíssimas, onde ‘à primeira vista’ você estará seguro, e o silêncio ser a resposta para a discriminação?”, fala Oliveira. 

Ela também afirma que decidiu compartilhar a sua experiência para mostrar que as produções de festas não estão preparadas para tratarem de atos racistas durante os seus eventos. 

Em sua defesa, após a repercussão do caso, a Festa Mel publicou em seus stories uma nota de repúdio, dizendo não tolerar qualquer tipo de preconceito e que “Pessoas que praticam qualquer tipo de violência contra outras pessoas não são bem-vindas em nossa colmeia”. 

Letícia Oliveira buscou orientação legal e registrou um boletim de ocorrência de racismo/injúria racial contra a Festa Mel, na terça-feira (23). 

Fonte: IG Mulher

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