Programas de combate à fome sofreram grandes cortes pelo governo federal com o Orçamento de 2023. São previstos cortes entre 95% a 97% nos recursos das principais políticas públicas voltadas a alimentação, que agora dependem de emendas ou negociações até o fechamento final da verba prevista para o ano que vem.
O Alimenta Brasil, programa de compra de alimentos de produção familiar, foi um dos programas com o maior corte proporcional para o Orçamento do próximo ano. A ação, que compra alimentos de pequenos agricultores e os doa para aqueles que passam por insegurança alimentar, teve sua verba reduzida para R$ 2,6 milhões – quase 240 vezes menor em comparação ao valor investido em 2010.
Mesmo com os cortes aplicados ao Alimenta Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou durante seu programa eleitoral que, caso seja reeleito, o projeto seria uma das prioridades de seu governo. O investimento no auxílio é uma das principais apostas do governo federal para a reeleição do candidato.
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Para a agricultura urbana, o orçamento também foi cortado para valores quase insignificantes. Entre 2022 e 2023, o valor que será pago para o setor é 95% menor e custará apenas R$ 25,000 para os cofres públicos.
Dados divulgados pela pesquisa Vigisan em junho deste ano mostram que mais da metade (58,7%) da população brasileira vive com insegurança alimentar em algum grau, e 33,1 milhões se encontram em situação extrema de fome (15,5%) no país.
A verba dos programas deve ser encaminhada ao pagamento do Auxílio Brasil, benefício administrado pelo ministério da Cidadania. Mesmo com os cortes aos programas de alimentação, a pasta teve um aumento de 32% no orçamento para o próximo ano.
Outros programas como o Casa Verde e Amarela também tem redução de mais de 90% do orçamento total prevista para para ano que vem. O O Sistema Único de Assistência Social (Suas), organização responsável por gerenciar e coordenar diversos benefícios sociais, também tem um corte previsto de 95% em suas despesas.
Procurado pelo Portal iG, o ministério afirmou que não irá comentar sobre os cortes para o próximo ano.
Fonte: IG ECONOMIA