Em função do enfraquecimento da demanda, o preço do leite captado em agosto e pago aos produtores em setembro registrou queda de 14,7% ante ao mês anterior, chegando a R$ 3,0476/litro na “Média Brasil” líquida do Cepea, da Esalq/USP. No entanto, apesar da diminuição expressiva, o resultado obtido ficou abaixo do projetado pelos agentes do setor.
Desde o início do ano, o leite no campo acumula valorização real de 37,2%, em termos reais.
Apesar dos estoques de derivados limitados nos atacados e baixa oferta de leite cru no campo entre junho e julho, terem feito os preços dispararem ao longo de toda cadeia, o patamar alcançado na gôndola desencadeou a retração do consumo.
Dessa forma, com dificuldade em assegurar as vendas, os canais de distribuição passaram a pressionar os laticínios por cotações de derivados mais baixas. Com isso, em São Paulo, durante o período de agosto, os valores do UTH registraram queda de 15,3% e os preços da muçarela sofreram baixa de 10%. As vendas fracas e estoques de lácteos crescentes nos laticínios e canais de distribuição, as compras de leite no spot também se reduziram em agosto. Na média mensal de Minas Gerais, os preços caíram 30,8%, passando de R$ 4,54/litro em julho para R$ 3,14/litro em agosto.
Com a aproximação do fim da entressafra, os agentes de mercado esperam que a produção ganhe fôlego no último trimestre do ano, o que deve manter os preços no campo em queda. No entanto, vale ressaltar que o incremento da produção nos últimos meses – a produção de leite cru cresceu cerca de 4,8% de julho para agosto – esteve atrelado aos altos preços do leite, o que acabou por melhorar o poder de compra do pecuarista frente a ração. Diante disso, é difícil prever a intensidade de desvalorização, já que ainda há incerteza sobre o potencial de aumento da oferta.
Fonte: AgroPlus