Lideranças dos partidos do Centrão já se articulam para se manterem fortes em 2023 por causa de uma eventual vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os caciques de algumas siglas trabalham com a possibilidade de realizarem fusões para evitar que o petista consiga neutralizá-los.
Conforme informou a jornalista André Sadi, da GloboNews, Arthur Lira e Antonio Rueda se reuniram para debaterem sobre uma junção do União Brasil com o PP . A expectativa que, com a fusão, o novo partido consiga ter uma bancada com 125 deputados federais, a maior do Congresso.
Desta forma, os candidatos eleitos ficariam presos nas decisões dadas pelas lideranças da legenda, isolando quem tentasse se rebelar. É uma das manobras encontradas para obrigar Lula, em um possível novo governo do petista, de ter que sentar e negociar com o Centrão.
Valdemar Costa Neto também não descarta a possibilidade de negociar com o Republicanos para realizar uma fusão, segundo apuração do iG. O PL espera eleger 76 parlamentares, enquanto a sigla comandada por Marcos Antonio Pereira trabalha para contar com 44 deputados federais.
A possível articulação de Valdemar tem como principal objetivo esvaziar poderes da base bolsonarista que há no partido. Ao comandar uma nova legenda com 120 parlamentares, seria mais fácil se reaproximar do ex-presidente Lula e fazer parte do governo.
Só que todas essas decisões devem ser feitas após as eleições 2022 . Numa reeleição de Jair Bolsonaro (PL), por exemplo, dificilmente as fusões devem ocorrer. Muitas alas do União Brasil não querem estar ao lado do grupo bolsonarista e o PL e o Republicanos seguiriam com enormes poderes dentro do Congresso Nacional e no Planalto.
Lula e o Centrão B
Não é segredo para ninguém que Lula tem como principal objetivo isolar diversas lideranças do Centrão. Para isso, ele quer dar poderes para outros políticos que fazem parte do PP e PL, criando um Centrão B. MDB, PSD e União Brasil também são desejados pelo petista para estar na sua base governista.
O ex-presidente quer ter maior controle do Congresso Nacional para negociar os seus projetos. Na avaliação dele, manter Arthur Lira e Ciro Nogueira no poder dificultaria suas ações.
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Fonte: IG Política