Com o aumento da inflação , a população do Rio de Janeiro está cada dia mais disposta a poupar dinheiro. Um levantamento realizado pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), revela que é possível economizar mais de R$ 3 mil por ano, optando por produtos mais baratos nos supermercados. O estudo “Guia de Preços de Supermercado” mostrou variação dos produtos de até 487% nos valores cobrados nos mercados brasileiros. A pesquisa analisou mais de 92 mil preços em 700 pontos de venda.
De acordo com o levantamento, os preços dos produtos são menores em supermercados localizados em bairros periféricos, e também é mais econômico para o consumidor quando ele optar por marcas menos conhecidas, deixando as líderes de venda nas gôndolas.
Para se ter uma ideia, no Rio de Janeiro, o consumidor que não seja apegado a marcas líderes de venda pode ter uma economia anual de até R$ 3.035,40, em bairros da Zona Norte. Se preferir as “campeãs”, a economia em um ano será de até R$ 2.231,40.
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Para o economista Leandro Rosadas, tem uma explicação para o fenômeno. “Podemos destacar que isso acontece porque nos locais da pesquisa temos as lojas chamada de ‘hard discounts’, que são lojas onde os produtos são vendidos a preços que são, em princípio, inferiores. Esses estabelecimentos contam com compras em massa e distribuição eficiente para manter os custos mais baixos, e 80% dos itens são exclusivamente de marca própria. No Brasil, quando falamos desse modelo, são os atacarejos. Além disso, na pesquisa, em algumas localidades, os estabelecimentos que chamamos de atacados e atacarejos também foram os que tiveram melhores preços”, afirmou.
Rosadas destaca o trabalho que as marcas líderes para não perderem espaço no mercado. “As marcas famosas já vêm fazendo isso inclusive — adaptar o tamanho de suas porções, criar embalagens maiores, mais econômicas. Como é o caso da Nestlé e P&G. E, no geral, fazer uma pesquisa de mercado, para saber o que os consumidores estão preferindo, nesses tempos de inflação.”
Dicas para economizar
Segundo o especialista Gilberto Braga, professor de finanças do IBMEC, o primeiro passo é analisar o encarte oferecido pelo estabelecimento antes de entrar.
“Para quem não tem aplicativo, o ideal é fazer um levantamento na região com base nesses encartes que ficam na porta dos supermercados. Ali tem os itens em promoção. Esse tipo de dona de casa e de consumidor pode já se motivar ou não a entrar no supermercado a partir de uma ou mais ofertas que se encaixem no seu perfil de compras”, explica Braga.
Para a educadora financeira Aline Soaper, é preciso sempre olhar para todas as prateleiras antes de pegar o produto que fica ao alcance dos olhos. “Pesquisar nos folhetos impressos do supermercado; olhar sempre os produtos que estão nas prateleiras mais altas e mais baixas. Os produtos que ficam na direção dos olhos são os que o supermercado quer vender. Aproveitar as ofertas de produtos próximo ao vencimento, mas não comprar em excesso para não perder o prazo de validade. Comprar frutas e verduras no dia da promoção do supermercado e aproveitar as que estão com os preços menores”, aconselha Aline.
Outras dicas da educadora financeira de como economizar, são: “Pesquisar os preços em diferentes mercados, pesquisar os preços de diferentes marcas do mesmo produto, fazer lista do que você vai comprar, evitar ir ao mercado com fome, porque você acaba levando mais do que programou. Também se deve evitar levar crianças na hora das compras, pois podemos acabar comprando itens como guloseimas, etc. É importante manter a calculadora na mão na hora de comprar, ficar de olho nas promoções anunciadas pela internet, nos encartes, nas redes sociais dos supermercados. E também levar produtos em embalagens econômicas”, ressalta Aline Soaper.
Já as dicas da nutricionista Taissa Müller apontam para a substituição de alimentos mais caros por outros de menor preço e com mesmo valor nutricional. “Eu procuro sempre orientar que no horti se opte por frutas e legumes da estação. Todo o dia tem promoção. Outra dica valiosa é procurar, sempre que puder, ir em feiras livres, aquelas tradicionais de bairro. Se o arroz estiver caro, trocar por batata, aipim, inhame. Já se o vilão da vez for o feijão preto, ou seja, se ele estiver muito caro, trocar por branco, carioca, lentilha, ervilha. Se a carne estiver cara, opte por ovo, frango, peixe”, sugere.
O biólogo José Carlos Rocha, de 59 anos, segue vários dos conselhos dos especialistas. Ele visita diversos mercados na semana para sair com o melhor preço. Rocha explica como as pessoas que devem fazer:
“A primeira dica para quem quer economizar é com certeza fazer uma lista de compras e pesquisar preços. Se você for em apenas um mercado, não vai economizar. Mas se for em dois, três, o mesmo produto ou similar estará em um valor menor. É muito difícil um produto ter o mesmo preço em quatro mercados diferentes. Mesmo que a diferença de preço seja, por exemplo, R$ 0,50, se você levar quatro já irá economizar R$ 2”, destaca.
Fonte: IG ECONOMIA