Eu estava grávida da minha segunda filha e tive uma gravidez muito difícil, com muitas intercorrências, que fez com que ela nascesse prematura. Durante a gravidez, tive embolia pulmonar, após o parto foram surgindo dores em vários lugares diferentes, sentia muita dor nas articulações dos dedos e dos cotovelos, tive um AIT, ataque isquêmico transitório e de tanto ir ao pronto-socorro também com uma dor inexplicável no abdômen o plantonista me encaminhou para um reumatologista. Foi quando demos início a uma bateria de exames e tive o diagnóstico de lúpus. Ele não é um diagnóstico fácil nem rápido.
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Esse diagnóstico para minha família era uma sentença de morte, há 15 anos a minha prima de 21 anos faleceu de lúpus. Por isso, a notícia caiu como uma bomba. Eu emagreci mais de 10 quilos, perdi quase todo o meu cabelo, não tinha forças para nada.
Quando os sintomas começaram a atingir a minha parte neurológica, o reumatologista indicou a pulsoterapia, é um tratamento que se faz internada, muito parecido com a quimioterapia, mas antes de iniciar o procedimento fui vítima de um erro médico. A plantonista errou o paciente e ministrou adrenalina na minha veia, me levando a uma parada cardíaca e um infarto grau 2. Fiquei impossibilitada de fazer a pulsoterapia e fiquei por 5 dias na UTI cardiológica entre a vida e a morte.
Quando tive alta, me agarrei ao que mais gostava de fazer para que a doença e o diagnóstico não tomassem conta do meu corpo e mente: fui trabalhar! Tinha recém mudado de área profissional, na época trabalhava em um salão de beleza e lembro que saí do hospital direto para o salão.
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Fiz da minha paixão pela profissão meu maior remédio, tirava forças de onde não tinha e ia todos dias atender as clientes, não permitia que a doença mandasse em mim.
Minha força de fazer meu negócio e minha nova profissão darem certo foram tão maiores que meu diagnóstico que até os médicos se espantavam com a minha evolução.
O tratamento para o lúpus é para sempre e para sempre tomarei entre 12 e 20 comprimidos por dia e ficarei mais doente que as outras pessoas no geral, não posso tomar sol e não consigo fazer muitas atividades físicas, mas levo a vida da melhor forma.
Aliei meu desejo de me curar ao meu desejo de ser bem sucedida na área que escolhi e consegui fazer dar certo! Meu trabalho salvou minha vida.
Nunca vi o diagnóstico de lúpus como uma sentença, eu posso ter o lúpus, mas o lúpus não me tem. Já estou em remissão há 4 anos. Tirar o foco da doença é um dos remédios mais eficazes
Fonte: IG Mulher