As eleições 2022 fizeram com que vários deputados estaduais polêmicos de São Paulo perdessem seus mandatos. Janaina Paschoal (PRTB), Douglas Garcia (Republicanos), Frederico D’Avila (PL) e Isa Penna (PCdoB) não seguirão na Alesp a partir do ano que vem.
A Assembleia Legislativa teve a recondução de 59% dos parlamentares, número considerado baixo quando o assunto é renovação, mas alguns parlamentares envolvidos em grandes polêmicas terão que deixar seus mandatos em 2023.
Confira a lista:
Douglas Garcia
Em 2019, o deputado bolsonarista foi acusado de transfobia ao dizer que transexual é “homem que se acha mulher” e que se visse uma trans entrando no banheiro em que estivesse sua mãe ou minha irmã, ele iria tirar “de lá a tapa”. Após a repercussão, surgiu a notícia que o parlamentar era homossexual, o que foi confirmado.
Em junho de 2020, a presidência da Alesp o suspendeu por participar da disseminação de fake news e ataques contra o Supremo Tribunal Federal. Além disso, acabou sendo condenado por divulgar um “dossiê antifascista” contra diversos opositores do governo federal.
Neste ano, ele atacou a jornalista Vera Magalhães durante o debate da TV Cultura. Tarcísio de Freitas (Republicanos) repudiou o aliado. No fim, Garcia teve apenas 24,5 mil votos.
Fernando Cury (União Brasil)
Fernando Cury nunca foi um político conhecido midiaticamente, mas tudo mudou após ele ser flagrado assediando a deputada Isa Penna. A parlamentar conversava com outros colegas, quando Cury se aproximou e apalpou os seios dela.
A Casa abriu um processo disciplinar o suspendeu por seis meses. Ele também enfrenta um processo na Justiça comum por importunação sexual. O deputado buscou a reeleição e conquistou 35.493 votos, ocupando a vaga de suplente.
Frederico D’Avila (PL)
Ele recebeu 46,9 mil votos e não conseguiu ser eleito. Sua maior marca midiática como deputado foi seu ataque contra o Papa Francisco. Durante um discurso, ele chamou o maior líder da Igreja Católica, assim como o arcebispo de Aparecida, dom Orlando Brandes, de vagabundos, safados e pedófilos.
Foi aberto um processo disciplinar, mas ele ainda não passou por julgamento. O pedido é que o parlamentar seja suspenso por três meses.
Isa Penna (PCdoB)
Defensora de pautas femininas na Alesp, Isa entrou em vários embates contra apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL). Em 2019, ela polemizou ao ler um poema “Sou puta, sou mulher”.
No ano passado, ela foi vítima de assédio sexual de Fernando Cury. A parlamentar chorou ao dar entrevistas para veículos de comunicação e pediu a cassação do deputado, mas não obteve resultado. Ela o processa na Justiça comum.
Isa deixou o PSOL e se transferiu para o PCdoB. Ela recebeu 31 mil votos e não conseguiu ser reeleita.
Coronel Telhada (PP)
Neste ano, ele ameaçou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista pediu que a militância procurasse deputados e senadores para cobrar que as propostas trabalhistas fossem aprovadas no Congresso.
Telhada não gostou e rebateu: Vai lá em casa, incomodar a minha mulher, meus filhos e meus netos”. Durante o discurso, ele exibia uma arma. “Estou te esperando lá. Você e todo o seu bando”.
Ele se candidatou ao cargo de deputado federal e recebeu 69,9 mil votos, tornando-se suplente. Em compensação, o seu filho, Capitão Telhada, foi eleito deputado estadual com 83,4 mil votos.
Janaina Paschoal (PRTB)
Janaina se lançou como candidata ao Senado, mas sem o apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL). Sem tempo de TV, ela conquistou apenas 447,5 mil votos, ocupando a quarta posição.
Sua situação atual é muito diferente do que ocorreu em 2018. À época, ela foi a deputada estadual mais votada da história do Brasil. Porém, rapidamente entrou em atrito com a militância bolsonarista.
Em 2019, brigou com Gil Diniz (PL) numa sessão na Alesp, tanto que o bate-boca encerrou os trabalhos da Casa. Pouco a pouco, ela se afastou do bolsonarismo e indicava um apoio para a chamada terceira via, o que desagradou aliados de Bolsonaro.
Entre o fim do ano passado e começo deste ano, ela tentou se colocar como candidata de Bolsonaro ao Senado, o que a fez romper com membros do MBL, inclusive com discussão pública com seu ex-colega Arthur do Val, mais conhecido como Mamãe Falei.
Porém, mesmo com sua articulação para estar próxima do presidente, ela foi deixada de lado e o chefe do executivo federal optou por lançar Marcos Pontes (PL) ao cargo de senador.
Arthur do Val
O Mamãe Falei não concorreu ao cargo de deputado estadual, porque foi cassado pela Alesp e perdeu seus direitos políticos. O ex-parlamentar viajou para a Ucrânia e um áudio dele vazou. O conteúdo foi tratado como machista e lhe rendeu muitas críticas.
Os deputados decidiram cassá-lo, deixando-o fora da corrida eleitoral. Porém, mesmo que estivesse chance de concorrer, Arthur não tinha em seus planos concorrer novamente para estadual.
Inicialmente, seu projeto era ser candidato ao governo de São Paulo pelo Podemos. Após os áudios, retirou a pré-candidatura e afirmou que não iria concorrer para nenhum cargo em 2022.
Arthur ficou conhecido por ter discussões acaloradas com opositores. Inclusive, ele chegou a chamar colegas de “vagabundos”.
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Fonte: IG Política