O programa do ex-presidente e candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prevê isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Inicialmente, o texto previa o benefício para quem ganha até R$ 3 mil, mas foi reajustado nesta segunda-feira (10).
Antes do primeiro turno, em agosto, Lula já havia manifestado a intenção de elevar a faixa de isenção .
“Quando eu era presidente, reajustei várias vezes a tabela do Imposto de Renda. O Bolsonaro prometeu e não fez. Nós vamos reajustar a tabela, escolher uma faixa maior para isentar do imposto, penso que por volta de R$ 5 mil. Vamos ter que estudar e discutir sobre isso”, disse em entrevista à Rádio Super, de Minas Gerais.
Na inserção veiculada nesta segunda, que tem como tema a retomada do poder de compra dos brasileiros, a promessa é de “Imposto de Renda zero para quem ganha até R$ 5.000 e desconto para classe média”.
Segundo a Unafisco, o número de isentos passaria de 7,6 milhões para 23,8 milhões (16,2 milhões a mais) com um ajuste integral da tabela, de 147,4%, dos atuais R$ 1.903,98 para R$ 4.710,49.
Segundo levantamento realizado pelo Conselho Regional de Contabilidade do Rio de Janeiro (CRCRJ), a defasagem na tabela do Imposto de Renda (IR) já causou prejuízo de R$ 90 bi à classe média.
Uma das promessas de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2018 foi isentar de Imposto de Renda quem ganha até cinco salários mínimos, que na época representava R$ 5 mil. Já eleito, Bolsonaro prometeu, em 2019, que corrigiria a tabela do IR com, “no mínimo” a inflação.
Bolsonaro agora recicla a promessa e diz que vai corrigir a tabela do IR em 2023, se reeleito.
A disparada da inflação nos últimos meses acentuou, no governo Bolsonaro, a mordida do Imposto de Renda sobre a renda dos trabalhadores. Só nos três anos e meio do mandato de Bolsonaro, a defasagem da tabela do IR chega a 26,6%, segundo estudo feito pelo Sindifisco Nacional.
O presidente chegou a enviar uma proposta de reforma tributária para o Congresso Nacional, propondo reajuste para R$ 2.500, porém o texto não avançou.