DA REDAÇÃO / MATO GROSSO MAIS
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O senador Carlos Fávaro (PSD-MT) apresentou , nesta sexta-feira (14.10), requerimento para que a ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, seja convidada pela Comissão de Direitos Humanos do Senado. A intenção é a de que ela esclareça as denúncias feitas, sem provas, de crimes sexuais que teriam sido cometidos contra crianças na Ilha de Marajó (PA). Senadora eleita pelo Distrito Federal, Damares apresentou o caso durante um culto realizado na cidade de Goiânia (GO).
Na celebração religiosa, que contava com a presença de crianças, Damares alegou que teria descoberto que crianças com idades entre 3 e 4 anos tinham dentes arrancados para facilitar a prática de sexo oral. Além disso, estas mesmas crianças seriam obrigadas a se alimentarem de comida pastosa para realizarem sexo anal com adultos. Em outro trecho do discurso da ministra, ela disse ter “descoberto” que na mesma localidade, nos últimos 7 anos, explodiu o número de estupros de recém-nascidos.
Ao apresentar o requerimento, Fávaro salientou que Damares não apresentou nenhuma prova das alegações e nem quais providências, enquanto ministra, tomou, para punir os responsáveis, o que era a obrigação dela. “De fato, as afirmações da ex-ministra causam preocupação e perplexidade, em especial porque pode se tratar de informações sigilosas às quais se teve conhecimento em razão do cargo público que ocupava”.
Desde que a fala de Damares se tornou pública, a ex-ministra foi questionada pelo caso e, até o momento, não esclareceu o caso. O Ministério Público Federal, inclusive, afirmou que em 30 anos nenhuma denúncia de tráfico internacional de crianças no arquipélago paraense mencionava as denúncias trazidas por Damares.
Por conta disso, o senador salientou que é preciso que a ministra esclareça as alegações, diga quais as providências tomou e apresente as provas que possui. “Caso suas declarações sejam inverídicas, foram usadas de forma política para ‘alimentar discurso de ódio e tumultuar o processo eleitoral’. E em caso de omissão do governo, a ex-ministra deve ser investigada por prevaricação”, finalizou Fávaro.