“Tudo o que aconteceu na minha vida eu devo a esse Deus verdadeiro e fiel”, é assim que Andreia Ciotta, de 50 anos e servidora pública do município de Diamantino, descreve o processo de ter sido surpreendida com um câncer de mama e, em seguida, vencido a batalha contra a doença. A técnica de enfermagem do Pronto Atendimento identificou um nódulo no seio em 2021, durante o banho, e imediatamente procurou fazer o autoexame e iniciou o tratamento. Essa é uma história real de superação que merece destaque neste Outubro Rosa, mês especial para o combate ao câncer de mama e cuidado à saúde das mulheres.
A profissional da saúde, que nasceu no Rio Grande do Sul e passou parte da vida em São Paulo, mudou-se para Diamantino com os pais e o filho, formou-se como técnica de enfermagem e ingressou na carreira pública exercendo a função em diversos órgãos do município.
Andreia compartilha como foi identificar o nódulo no corpo e como foi passar por essa nova rotina de vida fazendo o tratamento.
“Estava sendo um dia muito corrido devido ao intenso fluxo de trabalho, e durante um banho rápido eu passei a mão e senti aquilo em mim, após o susto de ter identificado, comecei nova rotina na minha vida. Marquei a primeira consulta, depois fiz a punção biópsia e logo chegou o resultado de que realmente era um câncer de mama. Fiz sessões de quimioterapia, sendo a primeira parte do tratamento a cada 15 dias e a segunda a cada 21 dias. Após as químios, tive mais renovações de exames de rotina e fui encaminhada para a radioterapia, primeiro fiz a tomografia do tórax, já que o nódulo foi identificado no seio esquerdo e perto do coração. A marcação é importante pois, no meu caso, precisaram identificar até onde poderia chegar a radiação sem afetar meu coração e suceder outros problemas. Minha radioterapia foi toda dentro dos conformes e não precisei parar nenhuma vez”, descreveu a técnica.
A servidora complementa lembrando etapas difíceis do tratamento: “Algumas vezes cheguei a ficar cerca de 9 horas sentada na quimioterapia e ainda conseguia sair dali com uma fome tremenda. O usual seria sair enjoada e muito cansada, mas sempre sai das sessões firme”.
Ela atribui a Deus a sua capacidade, força e positividade em conseguir enfrentar a doença e relata que suportou o problema graças também ao apoio incondicional da família, dos amigos e dos colegas de profissão. Reconhece também que ter identificado o problema a tempo e procurado um tratamento foram cruciais para sua superação e preservação da vida.
“Hoje eu me sinto mais forte do que nunca, porque a gente que trabalha na área da saúde, principalmente eu que faço a remoção de diversos pacientes, testemunhamos bastante a realidade do sofrimento e da angústia das pessoas em situação de risco. Depois de ter passado por isso me sinto muito mais forte do que já fui em toda minha história e sou grata a Deus por ter me colocado nessa situação ao invés de ter colocado em alguém que eu amo, que é dos meus, nestas circunstâncias. Deus sabia que eu tinha forças para lutar, que já saberia os sintomas, que eu iria agir e que venceria”, declarou Andreia.
Apesar da fé permanecer inabalável, receber a notícia de um diagnóstico apontando para um câncer foi um momento de dor. “Não é fácil, não foi nada fácil, mas eu falo que desde o primeiro momento que eu recebi a notícia do resultado da minha biópsia, durante o meu serviço e dentro da ambulância encaminhando um paciente, Deus saberia que eu iria confiar nele. Eu pensava ‘Deus agora é só nós dois’, esse foi o momento que eu mais precisei ser forte”, lembrou emocionada.
Andreia também reconhece o poder de fortes companheiros para se manter firme no propósito do tratamento. Relata que teve a presença da família, dos amigos, dos colegas de trabalho, além de um tratamento de excelência.
“Durante o processo, tive pessoas aqui que me apoiaram muito como a Marineze Meira, pessoa que me acolheu, inclusive ao ponto de me levar para dentro da casa dela, uma profissional excelente para a saúde. Também tive a Quiné e a Adelita, ambas servidoras do PA, onde começamos apenas como colegas e hoje são mulheres que eu admiro muito. Sou grata pelas oportunidades que todas elas me deram aqui. Eu sempre lembrava da presença da minha família e amigos, então parecia sempre firme, nos momentos que pensei que não daria conta, eu corria para debaixo do chuveiro e ali eu chorava e orava, pedindo forças e coragem para continuar firme e vencer essa batalha. E no final eu venci”, conta.
Hoje mais otimista e empoderada, a servidora comenta como se sente e deixa sua mensagem de encorajamento a outras mulheres que ainda resistem aos cuidados de prevenção contra o câncer e também para aquelas que estão enfrentando a doença.
“Hoje, depois de tudo isso, me acho muito mais bonita, linda e corajosa, me amo muito mais. Sou uma pessoa mais animada e renovada. O toque é muito importante para salvar a vida de uma mulher, pode fazer toda a diferença na hora de tratar o câncer de mama, por favor faça o autoexame e o preventivo. Eu sempre trabalhei muito mas nunca deixei de me cuidar, faça isso você também. Nunca deixe de se tocar por medo ou receio de não saber o que fazer, acabou sentindo alguma coisa no seio procure um mastologista. Eu creio que estou curada também por ter respondido de forma rápida assim que identifiquei o nódulo, fé e coragem me fizeram estar salva hoje. Não tenham medo do resultado, quanto antes for detectado mais chances tem de cura”, aconselhou.
“Eu agradeço ainda à minha família, meu filho, minha mãe que se deslocou de São Paulo para cá e ficou durante 4 meses, minha irmã que veio de Santos no dia da minha cirurgia. Agradeço também à Adelita que ficou todo momento ao meu lado. Isso foi muito importante no meu processo, a presença da minha família e dos meus amigos”, finalizou.
Fonte: Prefeitura de Diamantino MT