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ALTA NOS PREÇOS

Preço de combustíveis impulsiona produção e venda de motos

Reprodução

As vendas de motos estão em alta. Segundo números da Abraciclo , entidade que representa as montadoras, foi o melhor mês de outubro desde 2014, com a produção de 137,3 mil unidades , e crescimento nas vendas de 24% em relação ao mesmo mês do ano passado.

Já ao considerar os dez primeiros meses do ano, de acordo com a Fenabrave , 1,1 milhão de motos foram vendidas no Brasil, correspondendo a uma alta de 17,9% frente ao mesmo período de 2021. Os dados positivos do setor são justificados pela disparada no preço dos combustíveis e a busca por um modal que permita deslocamentos mais baratos.

“A principal explicação para essa adesão é a economia gerada. Hoje, o preço médio de uma motocicleta está em torno de 17 mil reais , enquanto um carro popular já passa dos 60 mil” , avalia o diretor de operações da concessionária Blokton, Rudney Doscher.

Ainda segundo ele, o cenário criado pela pandemia causou uma ruptura, impulsionando o mercado motociclístico a ser um dos mais crescentes e promissores para os próximos anos.

“Ocorreu uma mudança no mindset da população, que percebeu a importância de concentrar-se na economia e utilidade. Essa virada de chave ajudou a trazer mais volume para o segmento”, analisa Rudney.

Além disso, a alta desenfreada da gasolina nos últimos meses foi decisiva para que muitos motoristas trocassem o carro pela motocicleta. Em junho, os preços do litro do diesel e da gasolina alcançaram os maiores valores nominais pagos pelos consumidores para os combustíveis desde que a ANP passou a fazer o levantamento semanal de preços, em 2004.

O preço médio do diesel nos postos brasileiros, por exemplo, subiu cerca de 10% em junho na comparação com maio, após um reajuste da Petrobras, e ficou mais caro que a gasolina pela primeira vez em mais de uma década.

“Com o combustível mais caro, observamos muitas pessoas migrando do carro para o segmento de duas rodas ”, declara o head comercial da Dealersites, Marcos Pavesi.

Segundo o especialista da startup, a ascensão das motocicletas empurra o setor para investir em tecnologia e inovação para acompanhar as necessidades do consumidor.

“Soluções que facilitam a venda desse tipo de veículo tem tudo a ver com aproveitar o bom momento do setor motociclístico e garantir qualidade no serviço”, destaca.

Delivery sobre duas rodas

O preço dos combustíveis, o desemprego e o aumento na demanda pelos serviços de delivery. contribuíram para a alta do setor.
Divulgação

O preço dos combustíveis, o desemprego e o aumento na demanda pelos serviços de delivery. Contribuíram para a alta do setor.

O preço dos combustíveis, o desemprego e o aumento na demanda pelos serviços de delivery durante a pandemia levaram mais motociclistas para as ruas.

Hoje, as motos ultrapassam 30 milhões de unidades e já são mais de 35,2 milhões de pessoas aptas a pilotar esse tipo de veículo, de acordo com dados da Abraciclo. E o interesse crescente pelas motos vem acompanhado da necessidade de agilidade e confiança no processo de compra.

“As motos se apresentam também como opção de ganho de renda. E a economia puxa essa demanda, já que muitos brasileiros optam por um meio de transporte rápido e barato para trabalhar no segmento de delivery ou moto-táxi”, afirma Rudney.

Além dos valores das parcelas e das taxas de financiamento serem inferiores aos do automóvel, outro fator que influencia na tomada de decisão é o gasto com combustível. “Uma motocicleta de baixa cilindrada faz a média de 40 km por litro , enquanto o automóvel costuma fazer 10 km por litro “, explica.

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  • 29 de novembro de 2022 às 19:12:59